quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 14.


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A Igreja da Grécia nos Tempos Modernos.

A Igreja da Grécia, que sofreu enormemente sob a dominação islâmica turca, entrou em um novo estágio de sua vida desde o dia em que a revolução grega recebeu a benção do clero grego; membros do clero se destacaram como líderes militares; e membros do clero sentaram no primeiro concílio nacional da Nova Grécia. Desde os tempos de Léo o Isauriano (714-741), a Igreja dessas regiões eram uma dependência do Patriarcado Ecumênico, de Constantinopla, ao qual estavam organicamente juntas. Mas os líderes da Revolução consideraram que sua independência política da Turquia não estaria completa se não fosse acompanhada pela emancipação eclesiástica. Daí, na Assembléia Geral de Nauplion em 1833, e na proclamação da constituição sob o Rei Otto em 1844, os representantes da nação declararam que, apesar da Igreja da Grécia permanecer unida com a Igreja de Constantinopla em questões de dogma, ela gozaria de completa autonomia em questões de governo.
Em grande parte eles estavam certos; pois os limites eclesiásticos sempre se conformaram aos limites políticos, e um país livre deve ter uma Igreja livre. Por um longo período o Patriarcado Ecumênico não concedeu. Ele via a propriedade da Igreja sendo quebrada ostensivamente para ser malbaratada pelos leigos. Ele temia que a separação administrativa da Igreja da Grécia pudesse ser tomada como um precedente por outros povos dos Balkans que não estavam ainda preparados para autogoverno; e ele estava particularmente apreensivo que os conselheiros protestantes do Rei Otto fossem introduzir no jovem estado da Grécia formas de governo contrárias aos princípios Ortodoxos. No fim, no entanto, ele cedeu, e emitiu em 1850 o Tomo Sinótico sobre a emancipação da Igreja da Grécia, declarando seu direito ao autogoverno. Nos anos que se seguiram a revolução, os limites da Igreja da Grécia, assim como os da própria nação estavam restritos. Mas em 1863, as Ilhas Iônicas foram unidas à Pátria-mãe; em 1878, Tessalônica e parte do Epirus; em 1913 a Macedônia do Sul, Creta e algumas Ilhas do Mar Egeu; e em 1922, a Trácia Ocidental. Como resultado desses vários aumentos no território nacional, os limites da Igreja da Grécia também foram aumentados, à custa da diminuição dos limites do Patriarcado Ecumênico, em cuja jurisdição essas áreas estiveram por séculos.
Hoje em dia, a Igreja da Grécia inclui cerca de oitenta Metrópoles das quais trinta e três pertenciam à Grécia pré-guerra, enquanto quarenta e sete foram acrescentadas depois da guerra. Ela é governada por um Sínodo duplo: o "Sínodo Periódico”, que se reúne uma vez por ano em Atenas e inclui todos os bispos, e o "Sínodo Permanente," que consiste de oito bispos e que trata dos assuntos do dia-a-dia. Ambos os sínodos são presididos pelo Arcebispo de Atenas, que também tem o título de "Arcebispo de Toda a Grécia”. A Igreja da Grécia enfrenta muitos problemas. Seus bispos são todos homens de educação erudita, e financeiramente independentes; mas seus padres com freqüência estão necessitados de melhor educação e meios financeiros. Escolas teológicas e clericais na verdade existem; mas como o presbiterado é um chamado quase sem pagamento, seus estudantes usualmente dirigem-se para outras profissões. O povo é ligado à fé Ortodoxa, a qual, no entanto, é continuamente minada por propaganda estrangeira; e apesar da Ortodoxia ser considerada a religião oficial do Estado da Grécia, os dirigentes do país assistem passivamente à má administração das propriedades eclesiásticas e mantém a Igreja em sujeição. Contra todos esses males, a Igreja da Grécia está trabalhando duplo. A posição do clero está melhorando gradualmente; sermões são procurados muito mais; a imprensa está crescendo; instituições de caridade estão sendo fundadas; e a vida religiosa está progredindo tanto na teoria quanto na prática.
Muitos pensam que os que falam grego são privilegiados, porque uma parte considerável das Escrituras Sagradas foi originalmente escrita na língua deles. O grego moderno, porém, é bastante diferente do grego usado na tradução Septuaginta das Escrituras Hebraicas e nas Escrituras Gregas Cristãs (Novo Testamento). Na realidade, durante os últimos seis séculos, para a maioria das pessoas que falam grego, o grego bíblico tem sido tão desconhecido como uma língua estrangeira. Termos antigos foram substituídos por palavras novas, e o vocabulário, a gramática e a sintaxe mudaram.
As traduções da Bíblia em grego popular tem sido condenadas, pela Igreja Grega e tem sido motivo de uma luta longa e árdua. Mas quem resistiria à produção duma Bíblia num grego fácil de entender? Por que alguém desejaria impedir isso? Muitos crêem que os líderes espirituais temem que, se o povo chegar a entender a Bíblia, isso exporia as crenças e os atos anti bíblicos dos clérigos. Mas, Neofitos Vamvas, um notável lingüista e famoso erudito bíblico, considerado como um dos “Instrutores da Nação” cria firmemente que, para despertar a espiritualidade do povo, era preciso traduzir a Bíblia para o grego falado na época. Em 1831, com a ajuda de outros eruditos, ele começou a traduzir a Bíblia para o grego literário. Sua tradução completa foi publicada em 1850. Visto que a Igreja Ortodoxa Grega não o apoiava, ele colaborou com a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira na publicação e distribuição da sua tradução. A igreja chamou-o de “protestante”, e ele logo se viu marginalizado.
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sábado, 30 de novembro de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 13.

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Patriarcado de Chipre e da Rússia.
A Igreja de Chipre, como os quatro mais antigos Patriarcados, pode também proclamar sua grande antiguidade. Fundada no ano 45 pelos Apóstolos Paulo e Barnabé, ela garantiu o privilégio de autonomia no Terceiro Concílio Ecumênico, que proibiu o Arcebispo de Antioquia de interferir nos assuntos de Chipre. Infelizmente, em 1191, Ricardo Coração de Leão tomou posse da Ilha e vendeu-a para os Cavaleiros do Templo; e daí para frente os infelizes cipriotas, sob o jugo dos fanáticos Católico-Romanos Lusitanos, passaram por todo tipo de sofrimento pela manutenção de sua liberdade nacional e religiosa.
Não só os invasores templários transformaram a maioria deles em servos, como além disso o Papa impôs a eles um Arcebispo Romano, a quem os bispos Ortodoxos eram obrigados a jurar o compromisso de lealdade. Em 1231, na presença do português Pelágio, o representante do Papa Honório III, os Treze Santos Padres foram martirizados tendo sido condenados como heréticos por não aceitar as inovações da Igreja Romana. Eles foram primeiro amarrados a rabos de cavalos e arrastados sobre pedras e a seguir queimados junto com os animais, de modo a tornar impossível a coleta de seus ossos.
A ocupação veneziana da Ilha em 1489 foi simplesmente a substituição da velha tirania por uma nova; e a única faceta redentora da conquista turca que se seguiu em 1571 foi que ela jogou para fora da Ilha todos os intrusos romanos. O coroamento da ferocidade turca foi o estrangulamento em Nicósia do Arcebispo de Chipre, Cipriano, dos Metropolitas de Paphos, Kition e Kyrenia, e de outros cipriotas notáveis, pelo governador turco Kuchuk Mechmet, durante o primeiro ano da Revolução Grega (1821). Em 1878, Chipre foi tomada pela Grã-Bretanha, de onde havia vindo o seu primeiro conquistador, Ricardo Coração de Leão.
Outras Igrejas Ortodoxas.
A Igreja Ortodoxa Oriental e Apostólica que engloba um total de duzentos e cinqüenta milhões de almas no mundo de hoje, não é representada somente pelos quatro mais antigos Patriarcados e pela Igreja Grega Ortodoxa de Chipre. Ela é também representada por várias igrejas locais e independentes, nomeadamente, as Igrejas da Rússia, Grécia, Sérvia, Romênia, Bulgária, Síria, Polônia e Geórgia, junto com as Igrejas autônomas da Finlândia, Checoslováquia, Estônia e América; e as Igrejas da Diáspora na Europa. Nem devemos nos esquecer dos Ortodoxos Gregos da Dodekanesia e da Albânia. É impossível no presente trabalho, tratar da história de todas essas igrejas. Alguma coisa, no entanto, deve ser dita sobre as cinco importantes dentre elas.
A Igreja da Rússia nos Tempos Modernos - A Igreja da Rússia sempre subordinou-se ao Patriarca de Constantinopla, de quem ela recebeu o Cristianismo em 1229. Em 1588 o Patriarca de Constantinopla, Jeremias II, proclamou essa filha crescida de sua Igreja, independente, e reconheceu o Metropolita de Moscou como o quinto Patriarca da Igreja do Oriente. Com Catarina II os Tsares que a sucederam, a Igreja Russa gozou da posse de quatro Academias Teológicas muito importantes e de numerosos seminários e conseguiu cumprir suas obrigações para com seus membros, como também sustentar florescentes missões entre os israelitas, tártaros e japoneses. Infelizmente, desde a primeira guerra mundial, todas essas promissoras esperanças foram cortadas pelos bolchevistas, que depois de derrubar o Trono Tsarista, pensam que são capazes de derrubar o Trono de Deus. O ateísmo passou a ser o culto oficial da Rússia Soviética. Cristãos são perseguidos. Igrejas construídas magnificamente foram transformadas em clubes, salas de música, cinemas e teatros. Ícones de inimitável beleza, pintados por Publioff ou Stroganoff, que viveram nos séculos quinze e dezessete respectivamente, foram vendidos para o exterior ou publicamente queimados nas praças. Aqueles que permaneceram devotos, e que ainda estão ligados aos modos de vida de seus pais, foram para o exílio, enquanto muitos outros ou foram mortos ou estão desfalecendo nas prisões. Somente nos anos de 1918 a 1920 vinte e seis bispos e seis mil, setecentos e cinqüenta padres foram martirizados pelos bolchevistas. "Religião e Comunismo" — diz Bukharim — "conflitam um com o outro tanto em teoria como na prática... guerra até a morte contra qualquer forma de religião!
Alexis II, foi o homem que restaurou a influência da Igreja Ortodoxa russa após a queda do regime comunista. O patriarca Alexis, contribuiu para a reunificação histórica da sua Igreja com a ortodoxia russa no estrangeiro em Maio de 2007, pondo fim a 80 anos de um cisma que datava desde a revolução bolchevique de 1917. Eleito em 1990 para o cargo, pediu desde o início ao Governo que reintroduzisse o ensino da religião nas escolas. Alexis II, falecido recentemente, era uma pessoa conciliadora e disciplinada, tendo reabilitado vários santos e mártires perseguidos pelo regime comunista. Depois da queda do comunismo, em 1989, o Patriarcado russo – que lidera a maior Igreja Ortodoxa, em número de fiéis – apareceu sempre a querer afirmar-se como o mais importante dentro da ortodoxia.
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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 12.




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Foi durante o século dezoito que a área sujeita à jurisdição do Patriarcado Ecumênico (de Constantinopla) atingiu maiores extensões. Nessa época estavam dependentes dele cerca de cem Metropolitas, Arcebispos e Bispos, que tinham assento na Trácia, Macedônia, Epirus, Albânia, Grécia, as Ilhas Iônicas, Montenegro, Sérvia, Bulgária, Moldavia e Walachia, Hungria e a região chamada de "Pequena Rússia", a qual marcava o limite da autoridade do Patriarca.
Circunstâncias desesperadoras contribuíram para a extensão da esfera de autoridade do Patriarca. Búlgaros, Sérvios, Vlachos, Albaneses e outros povos estavam sendo esmagados pelos todo-poderosos mulçumanos turcos, e necessitavam de proteção para que eles salvassem pelo menos a sua fé; e o único refúgio que eles tinham era o Patriarcado Ecumênico. Assim, em 1766 e 1767, sob o Patriarca Samuel, o Arcebispo de Ipek e Ochrida, que eram naquele tempo os centros eclesiásticos das igrejas na Sérvia e da Bulgária, respectivamente, foram espontaneamente ao Patriarca Ecumênico, solicitando que ele os tomasse sob sua autoridade.
Mas a independência política da Grécia, Sérvia, Romênia, Bulgária e da Albânia, resultou na emancipação desses países da autoridade eclesiástica do Patriarcado. Consequentemente, as fronteiras desse Patriarcado, foram significativamente reduzidas.
Sob o Sultão, esse grande inimigo e açougueiro dos cristãos, havia atentados contra as liberdades do Patriarcado alcançaram sua mais formidável dimensão. Patriarcas cheios de dons como Joaquim III, Joaquim IV, e Dionísio V, conseguiram fazer frente à onda de violência turca. Dionísio V proclamou estado de perseguição contra a Igreja, e fechou todas as igrejas até que a “Porta” rendeu-se. Mas os turcos nunca abandonaram a política de erradicar o cristianismo do seu Império, nem sob os novos governadores turcos pseudo-constitucionais que o sucederam, até que finalmente Kemal, encontrando a Europa cristã em estado de exaustão devido a guerra mundial, tomou a vantagem da oportunidade para continuar a velha política com uma ferocidade sem paralelo.
O Patriarca de Alexandria. Segundo em hierarquia, depois do Patriarcado de Constantinopla vem o de Alexandria, que foi muito ilustre durante os primeiros séculos do Cristianismo, mas declinou enormemente depois das disputas monofisistas e a dominação do Islamismo. No começo do século dezessete tinha somente três igrejas. Quase que a única ocupação de seu Patriarca, era implorar ajuda financeira para contrapor o Patriarcado contra os perigos gêmeos do Islamismo e da heresia; pois, quando ele tornou-se Patriarca de Alexandria, "encontrou a igreja em grande desordem tanto interna quanto externamente; as igrejas dilapidadas, os pobres angustiados e não visitados, o trono profundamente endividado, os cristãos sem pastoreio e hesitantes em sua fé, “as ovelhas pastando lado a lado com cabras e lobos”, e os padres levando uma vida descuidada".
Felizmente, a partir dos dias de Mehmet Ali Pasha (1806-1848) em diante, as condições começaram a melhorar. Mercadores gregos começaram a migrar para o Egito, e vigorosas comunidades cristãs gregas foram fundadas em Alexandria, Cairo, Porto Said, Suez e outros lugares. Dias mais radiosos brilharam para essa Igreja, especialmente depois que ela ficou sob o comando de Patriarcas como Sophrorius (1870-1899), Photius (1900-1925), e Meletius Metaxakis (a partir de 1926), sob os quais os débitos do Patriarcado foram liquidados, igrejas foram construídas, escolas multiplicadas, organizações de caridade foram desenvolvidas, e vida nova foi infundida na Ortodoxia na África. Hoje a sede do Patriarcado é Alexandria, onde em torno do Patriarca reune-se seu Sínodo, composto de sete Metropolitas. O Patriarcado abarca mais de oitenta igrejas, a maioria das quais está no Egito, enquanto outras estão espalhadas pela Núbia, Abissínia, Tunísia e Transvaal. Evidência concreta de sua abundante vitalidade são seus brilhantes oradores, sua imprensa, seu seminário, seus orfanatos, escolas e outras instituições filantrópicas.
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sábado, 2 de novembro de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 11.




O Raiar da Liberdade.
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Os sofrimentos da igreja ortodoxa sob o jugo muçulmano turco não se limitaram à perda de igrejas. O "pesquesi" cobrado a cada eleição patriarcal continuou a crescer, chegando a quantia de 4.600 peças de ouro; e trocas frequentes de Patriarca significavam para a voracidade turca, pagamentos mais frequentes de "pesquesi". Essas trocas forçadas tornaram-se tão numerosas que durante um único período de oitenta anos (1620-1702), cinquenta patriarcas foram trocados. Murad IV em 1638 fez afogarem o Patriarca Cirilo Lucas. Mohamed IV, nos anos 1651 e 1657 respectivamente, mandou enforcar os Patriarcas Parthenius II e Parthenius III.
Um tributo em dinheiro foi exigido na indicação de cada Metropolita, tal como era em cada eleição Patriarcal, e a vida de um bispo não estava mais segura. Enquanto isso, o "haratsi," ou imposto de capital, que cada cristão súdito tinha que pagar para não ser degolado, também aumentava. O rapto de crianças crescia; não mais a cada quatro anos, como no tempo do Conquistador, mas a cada ano as crianças eram coletadas, e não abaixo de sete anos, mas abaixo de 15 anos. Existiam orgias e conversões forçadas ao Islã às expensas dos súditos cristãos.
De acordo com Meletius Pegas, só no Egito trinta mil cristãos tiveram suas línguas cortadas, para que os pais não transmitissem a fé cristã a seus filhos e de acordo com Montealbani, que viajou pela Albânia em 1625, não havia um só dos cristãos remanescentes que não tivesse um parente transformado em muçulmano forçado. Em 1620, o número de Cristãos na Albânia era de 350.000. Em 1650, eles se reduziram a 50.000.
As Primeiras Luzes na Melhoria da Raça Subjugada. Começou a clarear para os súditos cristãos na Turquia, quando Pedro o Grande (1682-1725), Imperador da Rússia, começou, a tomar sob sua proteção aqueles cristãos. O direito de intervenção da Rússia em nome dos cristãos na Turquia foi reconhecido em todos os eventos dos Poderes Europeus, que confirmaram esse direito em 1774 pelo Tratado de Kainartzik.
Em 25 de março de 1821, o Arcebispo Germanus levantou a bandeira da rebelião contra os muçulmanos turcos, carregando o dístico de "Liberdade ou Morte," e toda Grécia do continente, levantou-se para uma guerra desigual. O Sultão jurou vingança contra os revolucionários. A primeira vítima de sua ira foi o Patriarca de Constantinopla Gregório V, no dia de Páscoa de 1822, foi enforcado nos portões do Patriarcado, e seu corpo morto, depois foi arrastado pelas ruas de e lançado ao mar. Depois dele, os Metropolitas de Éfeso, Calcedônia, Derki, Salônica e Adrianópolis, foram todos mortos de modo similar. Estevão Mavrogenes, foi decapitado, e Nicolas Mourouzes, foi degolado. Não só em Constantinopla, mas em Adrianópolis, Larissa, Chipre, Creta e também em outros lugares, o sangue de muitos veneráveis bispos cristãos foi derramado, ás vezes até mesmo sobre o Santo Altar. Mas após sete anos de guerra, a Grécia, conquistou sua independência.
O estabelecimento de um reino da Grécia independente pelo protocolo de Londres em 1830, e a simultânea proclamação da semi-independência da Servia e Montenegro, foram seguidas em 1839 pela publicação pelos turcos de um documento conhecido como "Hatti Serif," que deu garantia de vida, honra e propriedades de todo súdito turco, independente de sua religião. Depois da terrível guerra da Criméia de 1854, a Turquia emitiu outra declaração, o "Hatti Houmayoun," que proclamou completa igualdade religiosa e civil, aboliu a taxação dos Patriarcas e bispos, removeu todas as restrições sobre a construção de igrejas e escolas Cristãs, etc. Mas tudo isso foi uma encenação para enganar os Poderes Ocidentais, pois eles nutriam um implacável ódio contra todos os cristãos, e isso foi provado, pelos periódicos e metódicos atentados para exterminar todos os seguidores do Evangelho, que se seguiram.
Entretanto, os povos cristãos ortodoxos da Grécia, Servia, Romênia, Bulgária, Albânia e das Ilhas do Mediterrâneo, que por séculos foram atormentados sob o jugo muçulmano turco, estão agora gozando do grande dom da liberdade; e por isso, damos graças a Deus.
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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 10.



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A opressão dos muçulmanos.
No dia da queda de Constantinopla, seu conquistador Mohamed II (1430-1481) agiu para com os Cristãos como um tigre sedento de sangue; mais tarde, no entanto, ele mudou sua atitude, e começou a bajulá-los com promessas. Alguns dizem que ele estava simplesmente cumprindo certas injunções do Corão, que permitiam auto-governo para membros de comunidades monoteístas, contanto que eles pagassem uma taxa tributária. Tendo sabido que o cargo de Patriarca estava vago, ele ordenou então que um homem compatível fosse eleito para o posto; Gennadius Scholarius foi escolhido e se apresentou diante dele. O Conquistador o recebeu favoravelmente, vestiu-o com uma preciosa capa, pôs um báculo pastoral em sua mão, e presenteou-o com mil florins e um cavalo branco. "Dirige teu rebanho em paz,” ele disse, e “goze de nossa amizade”, e “mantenha todos os privilégios de teus predecessores”.
Daí em diante, de acordo com as ordens claras de Mohamed II, o Patriarca Ortodoxo deveria continuar suas obrigações com seu clero atendente, não molestado e isento de taxas; foi deixada em sua posse as Igrejas Cristãs, foi permitido que se celebrasse livremente todas as cerimônias da louvação cristã, e que supervisionasse os assuntos domésticos de seu povo. Os mesmos privilégios foram concedidos pelo Conquistador ao Patriarca Ortodoxo de Jerusalém em 1455, quando ele reconheceu e confirmou os direitos dos gregos sobre os Sagrados Santuários.
A Violação pelo Conquistador de Suas Promessas. Infelizmente, no entanto, o fanatismo com o qual os governantes islâmicos estavam imbuídos, fez com que eles não respeitassem as promessas feitas. O próprio Conquistador, que pouco antes havia reconhecido as igrejas cristãs como locais de louvação para seus súditos (com a exceção de Santa Sofia, da qual ele tinha se apropriado desde o começo), rapidamente mudou de idéia, e transformou doze das mais bonitas igrejas em mesquitas islâmicas.
Quando Gennadius se aposentou do Patriarcado, Mohamed, extraiu a cada eleição de novo patriarca uma soma de dinheiro conhecida como "peskesi," que aumentava a cada nova eleição; de tal modo que na eleição do Patriarca Rafael, que, não sendo capaz de juntar essa grande soma, foi deposto e mandado em grilhões para as ruas para pedir caridade aos passantes. Pois mesmo contra a pessoa do Patriarca a violência de Mohamed não conheceu limites; O Patriarca Joasaph (1464-1466), teve sua barba cortada porque ele se recusou a confirmar um casamento ilegal, e, ao mesmo tempo, cortou o nariz do primeiro-capelão do Patriarca.
O Conquistador, além disso, organizava sistematicamente o abominável rapto de crianças. Cada quatro anos os oficiais turcos marchavam pelas províncias, e de cada dez famílias cristãs era escolhida uma criança com não mais de sete anos, que eles carregavam para Constantinopla, educavam no fanatismo islâmico em uma instituição especialmente criada para esse propósito, e então a colocavam no temível regimento militar dos Janizários. Assim, de carne e sangue Cristãos eram feitos os mais mortíferos inimigos do Cristianismo, que dirigiam suas espadas contra seus próprios pais e irmãos.
Todos os sucessores do Conquistador igualaram-no em ferocidade, e alguns, na verdade, ultrapassaram-no. Selim I (1512-1530) submeteu ao Mufti a questão se seria mais proveitoso para sua alma por o mundo inteiro em sujeição, ou converter o seu Império todo ao Islã. Quando lhe foi dito que esse último evento seria mais aceitável por Alá, ele instigou uma feroz perseguição contra os cristãos seus súditos, mandando que seu Grão Vizir transformasse todas as igrejas que haviam sido deixadas para os cristãos, em mesquitas; e matasse todos os cristãos que não mudassem de fé. Mas o Grão Vizir, comunicou secretamente o decreto do sultão ao Patriarca Theoleptus, que apelou pelos privilégios prometidos pelo Conquistador, e assim conseguiu evitar que o fanático rancor do tirano realizasse sua mais violenta ameaça.
Ele não foi, no entanto, capaz de salvar todas as Igrejas; pois tais belas e majestosas construções, disseram os conselheiros do Sultão, não deveriam ser usadas para adoração de ídolos. Entre as poucas igrejas que escaparam naquele tempo, estava a de "Pammakaristos," para onde o Patriarca foi transferido, após a destruição da Igreja dos Santos Apóstolos, que havia sucedido Santa Sofia. Mas em 1586 a igreja de Pammakaristos, também, foi tomada pelas ferozes hordas de Murad III e transformada em mesquita; e após remover de lugar para lugar, o Patriarca Ortodoxo finalmente estabeleceu-a no ano de 1600 na igreja de São George, no distrito de Phanari, onde tem permanecido até os dias de hoje.
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domingo, 22 de setembro de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 09.



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As Cruzadas: Atendendo ao apelo do papa Urbano II, em 1095, foram organizadas na Europa expedições militares conhecidas como Cruzadas, cujo objetivo oficial era reconquistar os lugares sagrados do cristianismo (Jerusalém, por exemplo) que estavam em poder dos muçulmanos.
Entretanto, além da questão religiosa, outras causas motivaram as cruzadas: a mentalidade guerreira da nobreza feudal européia, canalizada pela Igreja contra inimigos externos do cristianismo (os muçulmanos); e o interesse econômico de dominar importantes cidades comerciais do Oriente.
De
1096 a 1270, a cristandade européia organizou oito cruzadas, tendo como bandeira promover guerra santa contra os infiéis muçulmanos.
Cerco de Constantinopla. Por sete séculos Constantinopla permaneceu firme como a rocha da Europa Cristã, na qual a maré irresistível do Islamismo batia em vão. Mas ela estava destinada a cair afinal, exausta, na terça-feira, 29 de maio de 1453. O fundador do islamismo tinha previsto que um dia a grande cidade cairia nas mãos de seus seguidores. Essa profecia foi cumprida pelos turcos, que receberem o Islã dos árabes, e prosseguiram na missão de espalhar o Islã além fronteiras pela conquista e dominação das nações.
O Império Bizantino estava em trágica posição na época da queda, após ter guerreado por mil anos com inimigos bárbaros de todos os lados. Os sessenta anos de governo latino em Constantinopla tinham minado seriamente suas bases; e as contínuas invasões turcas tinham dimunuido o Império por todos os lados reduzindo-o a um reino de humildes dimensões. Mohamed II, que era apelidado de "o conquistador," cercou a capital com um exército fanático de 250.000 homens, contra cerca de 7.000 soldados cristãos reunidos em torno do último Imperador Constantino Paleólogo. Constantino foi ousado o suficiente para dar uma digna resposta ao seu poderoso inimigo que pedia uma rendição pacífica da cidade: "Dar a cidade para ti não está em meu poder, nem no poder de nenhum homem que habita aqui; pois temos um acordo e todos nós preferimos morrer, e não pouparemos nossas vidas”.
As Últimas Horas de Constantinopla. Quando Constantino constatou que a destruição era inevitável, colocou a si e a sua cidade nas mãos de Deus e preparou-se para morrer como um mártir. Ele primeiro ordenou que uma “litania” deveria ser cantada através de toda a cidade. E bispos, padres, monges, homens, mulheres e crianças, todos se juntaram a procissão chorando e clamando: "Senhor, tem piedade e salva a Tua herança!" Então, Constantino dirigiu aos homens que estavam ao redor dele, comovedoras palavras, incentivando-os a enfrentar a morte com a coragem dos mártires; e todos clamavam: "Sim, morramos pela fé em Cristo e pela terra de nossos pais."
O Imperador foi para a igreja de Santa Sofia para tomar sua última comunhão; então, subindo ao portão de Romanus, começou a dirigir a desesperada defesa. Mas foi subitamente cercado pelo inimigo e morto. Logo depois, a cidade estava sendo saqueada. Os homens eram degolados, e as jovens eram levadas em cativeiro; os Vasos Sagrados eram usados como copos comuns para as selvagens orgias dos turcos vitoriosos; e o conquistador cavalgou arrogantemente para dentro da Catedral de Santa Sofia, e transformou-a numa mesquita muçulmana.
O Significado da Queda de Constantinopla. A queda de Constantinopla marcou o colapso do último baluarte do Cristianismo Oriental e sua civilização. Outras províncias rapidamente compartilharam seu destino; a Sérvia caiu em 1459, o Peloponeso em 1459, Trebizonda em 1461, Bósnia em 1463, Albânia em 1467 e Herzegovina em 1483.
Esse evento histórico teve grandes conseqüências e ensinou importantes lições. Abriu um poço de vida intelectual para a Europa, pois eruditos fugitivos de Constantinopla assentaram-se no Ocidente e semearam sementes da Renascença e da Reforma. E do ponto-de-vista religioso, a queda de Constantinopla causou uma forte manifestação de fervor religioso. Grande foi a queda deles, mas também grande sua esperança consoladora. No momento em que os turcos entraram na Catedral de Santa Sofia, (assim diz uma tradição popular largamente espalhada), a Divina Liturgia estava sendo celebrada, e os padres chocados em horror foram congelados como mármore em seus lugares. Mas um dia chegará quando a bela cidade será restituída ao Cristianismo; e então os padres de mármore terão vida novamente e terminarão sua Liturgia interrompida.
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domingo, 8 de setembro de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 08.



Sujeição dos Patriarcados ao Islã.
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O Islã como Poder Conquistador. A dominação dos maometanos trouxe desastrosas conseqüências e culminaram com a sujeição das antigas Igrejas do Oriente a mandatários de outra fé. Maomé morreu em 632, e seu trabalho, segundo seu próprio comando, foi continuado por seus sucessores, os califas. Provenientes da península arábica, nos anos seguintes à morte de Maomé em 632, eclodiu a tempestade das invasões islâmicas. Abu Bekr (632-634) conquistou Damasco; Omar (634-643) invadiu a Pérsia, completou a conquista da Síria e colocou sob sua sujeição a Palestina e o Egito; e Otman (643-665) finalmente dominou a Pérsia e conquistou quase todo Norte da Àfrica.
Depois deles, Muaviah sitiou Constantinopla por terra e mar por sete anos (672-678), e só foi impedido de capturá-la nessa época pelo valente Imperador de Bizâncio, Constantino Pogonatus, que queimou a frota islâmica por meio do "fogo líquido" inventado pelo engenheiro grego Callinicus.
Mas mesmo depois desse desastre os árabes rapidamente recuperaram seu zêlo vitorioso; e, em 711, estabelecidos nas praias do norte da África, se lançaram pelo estreito de Gibraltar para a Espanha e avançaram direto para a França, onde o bravo general Charles Martel, finalmente, derrotou-os na batalha de Poitiers, em 732, exatamente cem anos depois da morte de Maomé.
A Sujeição dos Patriarcados ao Islã. O Islamismo com todos os seus eventos reduziu severamente os contornos da Igreja do Oriente e privou-a de belas províncias; os famosos Patriarcados de Jerusalém, Antioquia e Alexandria, que caíram logo sob os árabes, perderam sua antiga glória e vitalidade. Durante o cerco de Jerusalém por Omar, Sofrônio, o prudente Patriarca, encabeçou uma delegação ao encontro do califa e entregou a cidade a ele em termos favoráveis evitando assim a sua destruição.
Omar recebeu-o generosamente, e permitiu aos Cristãos manter os seus templos sem serem molestados sob a única condição de pagarem o "haratsi" ou "imposto de capital." Mas na Síria e outros lugares o "haratsi" não foi considerado suficiente, e aqueles que não mudaram a sua fé foram forçados a se submeter a todo tipo de humilhação. Todas as pessoas que professassem uma religião diferente da islâmica eram obrigadas a pagar um imposto especial (a Jyzia); se não o pagassem, essas pessoas eram decapitadas. Em tempo de guerra, a Jizya era aumentada de tal forma que reduzia os não-maometanos à penúria e à miséria, e muitas vezes à condição de escravatura, salvo se se convertessem ao Islão. Esta era a “tolerância” islâmica.
Não lhes era permitido montar um cavalo; a construção de Igrejas, procissões públicas, toque de sinos, e colocação de cruz nos sepulcros, tudo isso era proibido; e eram impedidos de manter posições oficiais. Infelizmente a conquista Islâmica da Síria e Egito foi facilitada pelas grandes disputas religiosas no sétimo século, que estavam grassando nessas províncias nessa época. Nestorianos, Coptas e Jacobitas eram consumidos por tal ódio pelos Cristãos Ortodoxos da região, a quem eles chamavam de “Melquitas" ou "Realistas" (do Rei), que eles saudaram o advento do governo islâmico como uma libertação.
Nos países conquistados, o cristianismo foi desaparecendo lentamente, com exceção de comunidades que ainda hoje resistem, formando Igrejas estruturadas: os coptas no Egito e na Etiópia, os Maronitas no Líbano. No norte da África, terra de Agostinho, Cipriano, Tertuliano, glórias da Igreja, a extinção foi definitiva: no momento da conquista havia 40 bispos, em 1076 eram dois.
Continua no próximo post

sábado, 24 de agosto de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 07.



Os cinco Patriarcados.
Continuação do post anterior.
Os Cincos Patriarcas. Antes de Constantino, Bizâncio era um insignificante episcopado sob o comando do Metropolita de Heraclea. Mas a partir do momento que a assim renomeada Constantinopla (cidade de Constantino) suplantou a velha Roma como capital do Império Romano, ela veio a ser, também, o mais importante arcebispado do império; e o Quarto Concílio Ecumênico intitulou o Arcebispo de Constantinopla com igual reverência à do Arcebispo de Roma, "porque Constantinopla é a cidade do rei." Pela mesma razão, a outrora insignificante cidade de Bizâncio foi elevada à condição de capital do mundo ao mesmo tempo em que a antiga cidade de Roma estava decrescendo. Em 587 o Arcebispo de Constantinopla, João o Jejuador, reivindicou e obteve o título honorífico de "Ecumênico", ou seja, “bispo Universal”.
Seu rival, Gregório o Grande, de Roma, recusou-se a usar esse título, nem tanto contra o título em si, mas como um protesto contra o portador dele (João), e procedia provavelmente mais de ciúme de um rival em Constantinopla do que de uma sincera humildade.  Mas, os sucessores de Gregório, em Roma, não esperaram muito para chamar a si mesmo “bispos universais”. O conceito de "bispo universal", por direito, pertence somente a Cristo (1 Pedro 2:25). A hierarquia que agora está centralizada na Cidade do Vaticano é totalmente estranha ao Novo Testamento.
Discute-se se, em Bizâncio, a Igreja entregou sua "liberdade" nas mãos dos Césares, com a presunção de que o Imperador era o real governante da Igreja, mesmo que nunca tenha sido reconhecido como sua cabeça. Tem sido dito mais de uma vez, que em Bizâncio a Igreja simplesmente deixou de existir como uma "instituição independente" e foi praticamente reduzida ao estado de "departamento litúrgico do Império”.
Com o correr do tempo, a autoridade administrativa dos Arcebispos de Éfeso e Cesarea tornaram-se subordinadas ao Arcebispo de Constantinopla, e Salonica ficou sobre o comando de Roma; e em 431 o episcopado de Jerusalém, foi promovido ao nível de centro eclesiástico independente, como uma reverência com a Cidade Santa que havia sido o berço do Cristianismo no seu nascimento. Assim, em meados do século quinto, existiram, no mundo cristão, cinco governantes eclesiásticos supremos, que começaram a receber o título de "Patriarcas": os Arcebispos de Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém, além da igreja de Chipre que passou a ter uma consideração especial devido à sua origem apostólica.
Catástrofes políticas no Oriente, isto é, a invasão Persa e a conquista Árabe, junto com a secessão dos Monofisistas e Nestorianos no Egito e na Síria, reduziram o papel das antigas grandes Sés daquelas áreas, e isso acelerou a subida da Sé de Constantinopla. As ferozes incursões do Mohamedanismo ao Egito, Síria e Palestina diminuíram a importância dos três últimos Patriarcados citados e os restringiram de todos os modos. Daí em diante, duas cabeças eclesiásticas permaneceram supremas no Cristianismo; no Ocidente o Primado da Velha Roma, cuja autoridade era firmemente crescente; e no Oriente o Primado da Nova Roma, ou Constantinopla, que estava lutando para manter sua independência eclesiástica.
A Ambição dos Papas de Roma. Apesar de sua posição exaltada e seu impressionante título de "Patriarca Ecumênico," o Patriarca de Constantinopla exercia uma autoridade que era restrita de muitas maneiras e nunca foi capaz de ambicionar a suprema autoridade sobre o mundo todo. A glória política de seu trono foi obscurecida pela origem apostólica ou pela renovada santidade de outras cidades do oriente, e sua liberdade era cortada pelo Imperador Bizantino, que convocava os concílios, e às vezes, até mesmo ele próprio emitia Decretos de Fé, indicava o Patriarca, e constantemente interferia nos assuntos eclesiásticos. A posição do Papa, no entanto, era completamente diferente. Roma era a única Igreja Apostólica do Ocidente, e era, por isso, olhada reverentemente pelos Cristãos da Itália, Gália, Espanha, África e outros.
O Imperador, cujo trono estava então no Oriente, estava muito longe para ingerir-se nos assuntos da Igreja de Roma, e cabeças da Igreja Oriental, perseguidos por Imperadores heréticos, como foi o caso, por exemplo, de Atanásio, procuravam refúgio com os Papas de Roma. Até o passado histórico de Roma, uma vez mandatária no mundo todo, alimentava no coração dos Papas ambições despóticas e imperialistas. Assim, desde os primeiros tempos, vemos atitudes arrogantes dos Papas para com seus companheiros-bispos. Os Papas nunca falharam em tirar vantagem de qualquer circunstância que pudesse colaborar com o objetivo de sujeição de outros bispos, até que, tendo reunido todas as Igrejas Ocidentais sob sua autoridade, eles julgaram o momento oportuno para invadir as Igrejas do Oriente. Encontraram um pretexto para sua intenção nas disputas e lutas domésticas em Constantinopla durante o século nono.
Continua no próximo post.

Um "status" independente foi concedido à Igreja de Chipre, em consideração à sua origem Apostólica e antiga glória.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 06.




Continuação do post anterior.
Um dos feitos mais importantes ocorridos na terra do Egito ao largo de sua história, foi a chegada de Jesus Cristo e a Sagrada Família. Com espírito profético, Oseías viu o Messias partir de Belém, de onde não havia lugar em toda a Jerusalém para repousar sua cabeça, para refugiar-se nas terras do Egito, por isso diz a profecia: “do Egito chamei o meu filho.” (Os 11.1).
Com mais detalhes nos fala o profeta Isaías em seu livro bíblico sobre essa sagrada viagem, dizendo: “Sentença contra o Egito. Eis que o SENHOR, cavalgando uma nuvem ligeira, vem ao Egito; os ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o coração dos egípcios se derreterá dentro deles.” (Isaías 19:1 RA). Assim ocorreu, pois quando Jesus Cristo entrava em qualquer cidade do Egito, os ídolos caiam nos templos, quebrando-se; feito insólito que aterrorizava ao povo.
A Igreja Copta acredita que a entrada de Jesus Cristo no Egito foi uma grande benção para as suas terras e para o seu povo, por isso Deus disse: “... Bendito seja o Egito, meu povo...” (Isaías 19.25), e se cumpriu a profecia de Isaías que disse: “Naquele dia, o SENHOR terá um altar no meio da terra do Egito, e uma coluna se erigirá ao SENHOR na sua fronteira.  Servirá de sinal e de testemunho ao SENHOR dos Exércitos na terra do Egito; ao SENHOR clamarão por causa dos opressores, e Ele lhes enviará um salvador e defensor que os há de livrar.” (Isaías 19:19-20 RA)
Para os coptas o trecho haverá um altar dedicado ao Senhor no meio do Egito” significa o altar da “Igreja da Virgem Maria” em Deir Al-Moharraq Al-Amer, onde permaneceu a Sagrada Família por mais de seis meses, e a superfície do altar é a pedra em que dormia o menino Jesus. Muitas igrejas foram erguidas por todo o país, especialmente naqueles lugares visitados e abençoados pela Sagrada Família.
A visita de Jesus Cristo foi o verdadeiro preâmbulo da chegada de São Marcos, o evangelista, ao Egito e a fundação da Igreja de Alexandria. A fé se propagou entre as pessoas e assim o povo do Egito passou a conhecer bem a Deus e Lhe rendeu merecido culto cumprindo-se assim a profecia: “O SENHOR se dará a conhecer ao Egito, e os egípcios conhecerão o SENHOR naquele dia; sim, eles o adorarão com sacrifícios e ofertas de manjares, e farão votos ao SENHOR, e os cumprirão.” (Isaías 19.21 RA).
Saiu José da terra da Palestina como havia sinalizado o Anjo (Mateus 2.13), e com ele saiu a Virgem Maria montada num jumento, levando o menino Jesus em seus braços. A viagem da Sagrada Família pelas terras do Egito foi dura, cheia de dor e cansaço, através de uma terra árida e cruel. Cruzaram desertos, chapadas e vales, deslocando-se de um lugar para outro, rodeados por muitos perigos, onde animais ferozes ameaçavam suas vidas nas estepes. Sua viagem foi através do deserto, por lugares onde as pessoas só viajavam em grupos, já que sem a proteção de uma caravana organizada, havia poucas esperanças de sobrevivência. Os anjos o guiaram e protegeram.
Segundo as fontes históricas coptas, entre elas se destaca a Meimar (livro de registro de feitos históricos religiosos) do Papa Teófilo de Alexandria (384-412 D.C.), existiam naquele tempo três caminhos em sua rota desde a Palestina até o Egito. Porém, a Sagrada Família não utilizou nenhum desses caminhos, pois estavam fugindo da maldade do Rei Herodes. Escolheram um caminho diferente, guiados por Deus através de um dos Seus Anjos, sendo este caminho registrado no livro dos Santos Coptas “Sinexarium”. A Sagrada Família caminhou de Belém a Gaza até o Parque de Zaraniq e chegou à cidade de Tel Basta. Lá, Jesus Cristo criou uma fonte de água. A cidade estava cheia de ídolos que caíram no solo com a chegada da Sagrada Família. Pelo ocorrido a Sagrada Família foi maltratada pela gente de lá e, se viram obrigados a irem embora, dirigindo-se para o Sul.
Chegaram ao povoado de “Al-Mahamma”, cujo significado é Lugar de Banho, porque lá a Virgem Maria banhou o menino Jesus e lavou a sua roupa. O Monastério de Al Moharrak é um dos locais de parada mais importantes da Sagrada Família em sua viagem, de tal forma que foi denominada a segunda Belém. A Sagrada Família permaneceu seis meses e dez dias na gruta que viria a se tornar no altar da igreja antiga da Virgem, na parte ocidental do Monastério. O altar desta igreja é uma grande rocha onde se sentava Nosso Senhor Jesus Cristo.
Neste Monastério, o Anjo de Deus apareceu a José em sonho e disse:Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino.” (Mateus 2:20 RA). Durante o retorno, a Sagrada Família tomou um caminho ao sul da Montanha de Asiut e de lá continuaram até Nazaré na Galiléia, onde José e a Sagrada Família passaram a viver.
Continua no próximo post.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 05.



Continuação do post anterior.
Separadas das igrejas Ortodoxas existem as Igrejas cristãs cujas bases são anteriores ao estabelecimento do catolicismo e da ortodoxia. É o caso das igrejas não-calcedonianas e da Igreja Assíria do Oriente (Nestoriana).
Entre as igrejas não-calcedonianas, destaca-se a Igreja Copta, cuja história é um cadastro de heróicos mártires. Como importante província do Império Romano, o Egito atraiu toda a fúria da perseguição dos imperadores, principalmente de Diocleciano, na derradeira década do império pagão. Foi nesse começo do século 4 que teve início o calendário copta, marcando a era dos mártires, muitos dos quais são celebrados no calendário romano e também no bizantino.
Além da marca do martírio, a Igreja Copta assinalou a história com a propagação do pensamento cristão. Em Alexandria floresceu a primeira Escola Catequética, como universidade de estudos filosóficos e teológicos de grandes mestres como Atanásio, Cirilo, Orígenes, Dídimo o Cego, etc. Atanásio foi quem escreveu o Credo, que é recitado na liturgia de todos os ritos; Dídimo o Cego, conhecia a Bíblia de cor. Cirilo é o teólogo da Encarnação do Verbo de Deus.
O monaquismo é um dom do Egito e surgiu da necessidade de orar sempre, de meditar na palavra de Deus e guardar a vida cristã, longe do mal do mundo. Santo Antão é o primeiro eremita, cuja vida foi escrita por Atanásio. Outro amigo de Atanásio foi Pacômio, o fundador da vida cenobítica ou comunitária, regida por uma regra comum, tão importante que Basílio a levou para o Oriente bizantino e Cesário, para o Ocidente católico. Foi esta a Regra que inspirou Bento, o educador da Europa.
Os coptas são os cristãos herdeiros de Marcos.  Marcos, o escritor do segundo evangelho foi missionário em Alexandria. A igreja copta teve início com a pregação de Marcos no Egito. Foi ele o fundador da primeira Igreja cristã no norte da África. Daquela primeira comunidade se desenvolveu a Igreja dos “coptas”, do nome árabe para os egípcios (“qubte”). É uma Igreja da Ortodoxia, mas que se distingue por ser monofisista e de hábito histórico de viver isolada.
Dessa Igreja copta, pela evangelização, nasceu a Igreja dos etíopes por volta do ano 640, que se tornou autônoma em 1948. Da Igreja copta etíope se originou a Igreja copta da Eritréia. Hoje os coptas no Egito são estimados entre 10 e 15 milhões, sob a direção do seu patriarca que tem o nome de papa, o Papa Shenuda III, que vive no Cairo e é o 117º. Patriarca, depois de São Marcos. Na Etiópia, eles chegam a 32 milhões, e o Patriarca é o Abuna Paulos. Na Eritréia são 2 milhões, e seu Patriarca Antonios está em prisão domiciliar, por força do regime político ditatorial. No seu lugar foi colocado Abuna Dioskoros, não reconhecido pelas outras Igrejas da Ortodoxia.
Para os coptas, o jejum é uma prática importantíssima. Durante o dia de jejum, nada se pode comer desde o amanhecer até o pôr-do-sol. Os coptas da Etiópia consideram Lalibela uma cidade santa construída por anjos. Os turistas a reconhecem como uma maravilha arquitetônica e uma ilha de espiritualidade. Lalibela é um lugar fascinante com suas onze esplêndidas igrejas escavadas na rocha. Hoje continua a ser meta de peregrinação de milhares de fiéis. Há alguns anos os turistas começaram a vir visitá-la em grande número. O noticiário da revista Portas Abertas informa que, “em Setembro de 2008, líderes das igrejas evangélicas de Lalibela, norte da Etiópia, receberam ordem de interromper todos os cultos em suas igrejas. A pressão da igreja ortodoxa da Etiópia para destruir a associação dos protestantes foi tão severa que muitos deixaram a área”.
O copta foi a língua nacional egípcia do século III, época da conversão ao cristianismo da maioria da população, até o século XII, quando a invasão muçulmana determinou o uso generalizado da língua árabe e a mudança de religião, deixando em pouco tempo o Islã como majoritário.
“Aghapy”, que quer dizer “amor incondicionado” (“ágape”), é a TV dos coptas do Egito, com sede no Cairo. A transmissão dos cultos é feita pela internet, podendo ser acessada pelo endereço eletrônico abaixo:
http://www.livestream.com/elmaqar?utm_source=website-channel-page&utm_medium=related
 Continua no próximo post.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 04.



Continuação do post anterior.
A terceira grande divergência é referente ao poder. Duas teses entraram em divergência: Uma, tradicional, na Igreja do oriente, segundo a qual a ordem dos bispados na hierarquia era determinada pela ordem civil das cidades das quais eram titulares. O Concílio de Nicéia reconhecia, outrossim, a autoridade dos bispos de Roma. O de Constantinopla reconhecia a autoridade do seu bispo. Portanto, quando Constantinopla se tornou a capital do império seu bispo devia tornar-se o chefe da cristandade.
Com paroxismos e tréguas, esse conflito se prolongou até a conquista de Constantinopla pelos turcos em 1453. A Igreja Ortodoxa Grega recebeu, então, a jurisdição sobre todos os cristãos de Império Turco, cujas fronteiras se confundiam com as de Patriarcado de Constantinopla. Escapa-lhe somente a Rússia que obtêm que Moscou seja erigida como Patriarcado independente. Seu chefe é o Patriarca de Moscou. As noventa e três dioceses correspondem às Regiões administrativas provinciais da Rússia.
Na Igreja Ortodoxa russa, duas academias de teologia e três seminários asseguram a formação de um clero cuja função é limitada estritamente ao culto. Os edifícios religiosos e até os utensílios sagrados pertencem ao Estado que os empresta à pedido. Os recursos financeiros são sujeitos ao controle do governo, além das doações dos fiéis e da venda de pão bento e de velas. Depois dessa ocasião, a história das igrejas ortodoxas, passou a seguir as independências nacionais. Assim se tornaram independentes as igrejas da Sérvia, da Grécia, da Bulgária, de Chipre, de Alexandria, de Antioquia, de Jerusalém, da Romênia e da Albânia.
O que caracteriza religiosamente a tradição ortodoxa é a maneira de privilegiar três aspectos da fé cristã: A Ressurreição, a Trindade e o Espírito Santo. A Páscoa é a maior festa ortodoxa. É o dia em que os fiéis enchem as Igrejas, cantam hinos e se saúdam alegremente, dizendo, em lugar de “Feliz Páscoa”: Jesus Cristo ressuscitou!. E respondem: - É verdade, Ele ressuscitou!.
È que, para os ortodoxos, a Páscoa é verdadeiramente a passagem da morte para a vida. Não representa o aniversário da reanimação de um corpo morto, mas o sinal da vitória de Cristo sobre a morte. É também a certeza de vida eterna para todos os crentes. Com Cristo e por Ele, o cristão participa da vida divina.
A Trindade é o centro da fé cristã que a distingue de todas as outras religiões. Por isso é que o ícone mais célebre da Igreja Ortodoxa representa os três hóspedes misteriosos de Abraão. Também, os russos se persignam com três dedos. (Persignar é “fazer o sinal da cruz”, isto é, fazer três cruzes com a mão, uma na testa, outra no peito e outra na boca, dizendo: “Pelo sinal da santa cruz, livrai-nos Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”).
O Deus triunitário dos ortodoxos é a unidade viva que reina entre as pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Crer na Trindade é crer também na superação das divergências por meio da comunhão do amor. A fé ortodoxa na Trindade é rejeição da excomunhão. A Igreja é formada à imagem da Trindade, isto é, da comunhão de amor de todos os crentes, formando um só corpo.
É pelo Espírito Santo que sopra sobre eles, que os fiéis ortodoxos se tornam corpo de Cristo e portadores do Espírito. Essa presença do Espírito torna-os testemunhas da verdade.
Separados de Roma, à qual, quase nunca estiveram unidas, as Igrejas Ortodoxas realizam periodicamente tentativas de aproximação com a igreja Católica. Juntamente com algumas igrejas evangélicas, tenta-se uma reunificação do Cristianismo no Conselho Mundial de Igrejas. Um dos caminhos para se chegar a essa unificação do Cristianismo pode ser um maior conhecimento da igreja antiga é tentar entender as razões que levaram às divisões e aos cismas.
Continua no próximo post.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Revelação e Escritura.

http://blogdohomota.blog.terra.com.br/2013/06/24/revelacao-e-escritura-03/

Os grandes Cismas do Cristianismo - 03.



   Continuação do post anterior.

   Durante os anos seguintes tentou-se reconciliar calcedonianos e monofisistas. O imperador reunificou o império romano e buscou uma confissão de fé unificada, única, para os cinco grandes patriarcados cristãos – Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém. Justino pretendeu que o Concílio de Calcedônia, juntamente com os de Nicéia e Éfeso deveriam ser o fundamento dessa confissão.
Em busca de sua meta de um império romano totalmente cristão e unido, decretos foram baixados banindo o paganismo e exigindo o batismo de todos os incrédulos remanescentes. Fechou a Academia Platônica de Atenas (529), um centro de lealdade e aprendizado do paganismo. Perseguiu os samaritanos e estabeleceu severas limitações dos direitos civis e religiosos dos judeus. Tornou proscritos o maniqueísmo, o arianismo e outras heresias.
Entretanto, no final o imperador fracassou apesar da autoridade absoluta com que conduziu os assuntos. Já estava se desenvolvendo o processo pelo qual o partido monofisista deixava de ser um mero partido e tornava-se uma série de igrejas separadas e nacionalmente embasadas na Síria, Egito, Armênia e eventualmente Etiópia e Pérsia. Quando da morte de Justiniano, já havia uma igreja monofisista centralizada no norte da Síria e da Cilícia com seu próprio cabeça, o patriarca de Antioquia. Essa igreja utilizava o ciríaco como sua língua teológica e litúrgica para distinção da igreja oriental oficial e tinha sua base nos mosteiros e vilas do interior do norte da Síria, onde ela existe até hoje.
No Egito a resistência às políticas religiosas e teológicas estava enraizada na firme oposição dos monges e do povo ao Concílio de Calcedônia e também na percepção de que a sua cristologia era uma causa nativa, copta, egípcia, a ser mantida firmemente diante das tentativas imperiais de impor, de Constantinopla, uma ortodoxia estrangeira. Desde 575 – apesar das sérias divisões entre os próprios monofisistas – havia um patriarca copta em Alexandria para rivalizar com seu correspondente melquita (isto é, real ou imperial).
Foi essa igreja monofisista de fala copta que abraçou a maioria dos cristãos egípcios e sobreviveu às conquistas persa e árabe para se tornar a forma prevalente do cristianismo no Egito até os dias de hoje. Esse Cristianismo foi transmitido por missionários aos reinos da Núbia e Etiópia e a igreja tem permanecido lá, até os dias de hoje formalmente dependente do patriarca copta de Alexandria.
A segunda oposição doutrinal decorre de um mal entendido – a célebre questão do ”filioque”. E originou-se quando o imperador pediu a inclusão do trecho “creio no Espírito Santo que procede do Pai e do Filho” no Credo de Nicéia. As igrejas do oriente se opuseram, pois diziam que isso rompia o equilíbrio da Trindade em detrimento do Espírito Santo, a terceira pessoa divina. Alem disso era uma contradição à proibição de se modificar o credo de Nicéia. Enfim, estaria em desacordo com João 15.16. A tradução correta seria “no Espírito Santo que procede do Pai e é enviado ao Filho”. Para a igreja do oriente há relação mútua entre o Espírito e o Filho e não dependência do primeiro em relação ao segundo.
      Continua no próximo post.