Continuação
do post anterior.
Patriarcado
de Chipre e da Rússia.
A
Igreja de Chipre, como os quatro mais antigos Patriarcados, pode
também proclamar sua grande antiguidade. Fundada no ano 45 pelos
Apóstolos Paulo e Barnabé, ela garantiu o privilégio de autonomia
no Terceiro Concílio Ecumênico, que proibiu o Arcebispo de
Antioquia de interferir nos assuntos de Chipre. Infelizmente, em
1191, Ricardo Coração de Leão tomou posse da Ilha e vendeu-a para
os Cavaleiros do Templo; e daí para frente os infelizes cipriotas,
sob o jugo dos fanáticos Católico-Romanos Lusitanos, passaram por
todo tipo de sofrimento pela manutenção de sua liberdade nacional e
religiosa.
Não
só os invasores templários transformaram a maioria deles em servos,
como além disso o Papa impôs a eles um Arcebispo Romano, a quem os
bispos Ortodoxos eram obrigados a jurar o compromisso de lealdade. Em
1231, na presença do português Pelágio, o representante do Papa
Honório III, os Treze Santos Padres foram martirizados tendo sido
condenados como heréticos por não aceitar as inovações da Igreja
Romana. Eles foram primeiro amarrados a rabos de cavalos e arrastados
sobre pedras e a seguir queimados junto com os animais, de modo a
tornar impossível a coleta de seus ossos.
A
ocupação veneziana da Ilha em 1489 foi simplesmente a substituição
da velha tirania por uma nova; e a única faceta redentora da
conquista turca que se seguiu em 1571 foi que ela jogou para fora da
Ilha todos os intrusos romanos. O coroamento da ferocidade turca foi
o estrangulamento em Nicósia do Arcebispo de Chipre, Cipriano, dos
Metropolitas de Paphos, Kition e Kyrenia, e de outros cipriotas
notáveis, pelo governador turco Kuchuk Mechmet, durante o primeiro
ano da Revolução Grega (1821). Em 1878, Chipre foi tomada pela
Grã-Bretanha, de onde havia vindo o seu primeiro conquistador,
Ricardo Coração de Leão.
Outras
Igrejas Ortodoxas.
A
Igreja Ortodoxa Oriental e Apostólica que engloba um total de
duzentos e cinqüenta milhões de almas no mundo de hoje, não é
representada somente pelos quatro mais antigos Patriarcados e pela
Igreja Grega Ortodoxa de Chipre. Ela é também representada por
várias igrejas locais e independentes, nomeadamente, as Igrejas da
Rússia, Grécia, Sérvia, Romênia, Bulgária, Síria, Polônia e
Geórgia, junto com as Igrejas autônomas da Finlândia,
Checoslováquia, Estônia e América; e as Igrejas da Diáspora na
Europa. Nem devemos nos esquecer dos Ortodoxos Gregos da Dodekanesia
e da Albânia. É impossível no presente trabalho, tratar da
história de todas essas igrejas. Alguma coisa, no entanto, deve ser
dita sobre as cinco importantes dentre elas.
A
Igreja da Rússia nos Tempos Modernos
- A Igreja da Rússia sempre subordinou-se ao Patriarca de
Constantinopla, de quem ela recebeu o Cristianismo em 1229. Em 1588 o
Patriarca de Constantinopla, Jeremias II, proclamou essa filha
crescida de sua Igreja, independente, e reconheceu o Metropolita de
Moscou como o quinto Patriarca da Igreja do Oriente. Com Catarina II
os Tsares que a sucederam, a Igreja Russa gozou da posse de quatro
Academias Teológicas muito importantes e de numerosos seminários e
conseguiu cumprir suas obrigações para com seus membros, como
também sustentar florescentes missões entre os israelitas, tártaros
e japoneses. Infelizmente, desde a primeira guerra mundial, todas
essas promissoras esperanças foram cortadas pelos bolchevistas, que
depois de derrubar o Trono Tsarista, pensam que são capazes de
derrubar o Trono de Deus. O ateísmo passou a ser o culto oficial da
Rússia Soviética. Cristãos são perseguidos. Igrejas construídas
magnificamente foram transformadas em clubes, salas de música,
cinemas e teatros. Ícones de inimitável beleza, pintados por
Publioff ou Stroganoff, que viveram nos séculos quinze e dezessete
respectivamente, foram vendidos para o exterior ou publicamente
queimados nas praças. Aqueles que permaneceram devotos, e que ainda
estão ligados aos modos de vida de seus pais, foram para o exílio,
enquanto muitos outros ou foram mortos ou estão desfalecendo nas
prisões. Somente nos anos de 1918 a 1920 vinte e seis bispos e seis
mil, setecentos e cinqüenta padres foram martirizados pelos
bolchevistas. "Religião e Comunismo" — diz Bukharim —
"conflitam um com o outro tanto
em teoria como na prática... guerra até a morte contra qualquer
forma de religião!
Alexis II, foi o homem
que restaurou a influência da Igreja Ortodoxa russa após a queda do
regime comunista. O patriarca Alexis, contribuiu para a reunificação
histórica da sua Igreja com a ortodoxia russa no estrangeiro em Maio
de 2007, pondo fim a 80 anos de um cisma que datava desde a revolução
bolchevique de 1917. Eleito em 1990 para o cargo, pediu desde o
início ao Governo que reintroduzisse o ensino da religião nas
escolas. Alexis II, falecido recentemente, era uma pessoa
conciliadora e disciplinada, tendo reabilitado vários santos e
mártires perseguidos pelo regime comunista. Depois da queda do
comunismo, em 1989, o Patriarcado russo – que lidera a maior Igreja
Ortodoxa, em número de fiéis – apareceu sempre a querer
afirmar-se como o mais importante dentro da ortodoxia.
Continua
no próximo post.