sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 16.

Continuação do post anterior.
Ataques Papistas à Igreja do Oriente.
A Igreja Romana nunca deixou de sonhar com a sujeição da Igreja do Oriente, e nunca falhou em aproveitar qualquer desordem, independente de onde ocorrese, para levar vantagem. Saudando a queda de Constantinopla como uma punição divina infligida aos obstinados gregos, ela rapidamente mandou contra os Cristãos do Oriente seus formidáveis jesuítas, que, de 1583 em diante, começaram a aparecer sucessivamente em Constantinopla, Chios, Damasco, Naxos, Nauplion, Patras, Atenas e outros locais.
Como se isso não fosse suficiente, em 1581, o Papa Gregório XIII fundou o Colégio de Santo Atanásio em Roma, onde jovens gregos inteligentes escolhidos em distritos gregos foram levados para Roma para serem educados de acordo com os princípios católicos romanos, e depois enviados de volta, como um outro tipo de Janisários, contra a fé que os havia nutrido na infância. E mais, em 1622, o Papa Gregório XV instituiu sua "propaganda para os descrentes," cujo objetivo como descrito na Bula Papal era "a conversão das nações do Império Turco, uma vez gloriosas e dotadas com admiráveis dons divinos, que agora permanecem mergulhadas em uma situação embrutecida e, tendo caido para o nível de feras selvagens, só continuam a existir para aumentar as multidões do inferno, para maior glória de satã e seus anjos." Diplomacia e suborno, calúnia e coerção, persuasão e dissenção, — essas foram as várias armas empregadas pela despótica Igreja Romana em seus esforços para dominar seus irmãos necessitados.
A Primeira Carta Protestante.
Assim como o século onze viu a divisão da Igreja Una de Cristo na Igreja do Oriente e do Ocidente, o século dezesseis testemunhou a ruptura da Igreja do Ocidente em Igrejas Cetólica Romana e Protestante. A corrupção da fé e da moral que invadiu o romanismo, a decadência intelectual do clero romano, e o absolutismo do Papa, que usava uma tripla tiara para demonstrar seu domínio sobre os assuntos terrestres, celestes e infernais, — essas foram as causas que inspiraram os três grandes reformadores, Lutero, Calvino e Zwinglio, a protestar contra a Igreja de Roma, e a levantar contra ela metade da cristandade ocidental.
Completamente engajados em manter sua longa batalha com espada e pena, esses homens não tiveram tempo para pensar na escravizada igreja do oriente, que, muito antes deles, tinha levantado sua voz em protesto contra a arrogância de Roma. Um deles, no entanto, lembrou-se da ortodoxia; esse foi Melanchthon, um dos primeiros companheiros de Lutero, que ao encontrar Demetrius Mysos, que estava de partida para Constantinopla, em Wittenberg em 1559, confiou-lhe uma carta para o então Patriarca, Josaph II. Em sua carta ele agradece a Deus que no meio de tão grande multidão de inimigos ímpios e abomináveis, ele tivesse preservado para sí um rebanho que corretamente louva e clama por Seu Filho Jesus Cristo; e assegura ao Patriarca que os seguidores da Reforma também "devotamente observam as Sagradas Escrituras, os Canons dos Santos Concílios e os ensinamentos dos padres gregos, enquanto eles abominam a tagarelice, superstição e doutrinas desenvolvidas pelos latinos católicos incultos.
Continua no próximo post

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 15.

Ortodoxia na América.
Continuação do post anterior.


Igreja Grega - As fundações da primeira Igreja Ortodoxa Grega no Novo Mundo, foram lançadas no ano de 1866 em Nova Orleans. Na verdade isso foi quatro anos antes do efetivo começo da imigração para as Américas dos primeiros Cristãos Ortodoxos Gregos. Ainda antes dos primeiros povos imigrantes de 1870 porem os pés na nova terra, essa primeira pequena igreja existiu em Nova Orleans como resultado da esperança de alguns poucos mercadores gregos residentes nessa cidade. Os gregos tem um forte sentimento pela religião de seus antepassados e, com o tempo passando, com a imigração crescendo, as igrejas nasceram rapidamente em várias áreas das Américas. Nesse período a jurisdição dessas comunidades de Cristãos gregos veio a ficar com o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. Padres eram enviados da terra-mãe para as igrejas do novo mundo.
Março de 1908, o Patriarcado Ecumênico, encabeçado pelo Patriarca Joaquim III, transferiu a jurisdição espiritual das Igrejas Ortodoxas Gregas "no exterior" para o Santo Sínodo da Igreja da Grécia. Isto foi mantido pelos dez anos seguintes para muita desvantagem das comunidades na América — desvantagem porque não havia líder religioso presente, em solo americano, para providenciar a necessária organização numa área espalhada de muitas comunidades crescentes.
Felizmente, Meletios Metaxakis, Metropolita de Atenas, visitando os Estados Unidos em 1918, viu que a necessidade de um líder religioso era indispensável justo ali, não no país-mãe. Começou imediatamente a organizar as Igrejas Ortodoxas Gregas nas Américas estabelecendo o conclave sinódico em 20 de outubro de 1918, com o Bispo Alexander Rodostolou como Supervisor Sinódico.
O Metropolita de Atenas, Meletios voltou para a Grécia, mas regressou à América em três anos para continuar a organização da igreja. Isso era fevereiro de 1921. Enquanto ainda residindo na América, em 25 de novembro daquele ano, foi elevado ao posto de Patriarca Ecumênico de Constantinopla como Meletios IV. No mês de janeiro de 1922, ele chegou em Constantinopla.
Lá em sua nova posição, por um Ato Sinódico revogou o Decreto Patriarcal de 1908. Assim todas as comunidades gregas no exterior foram postas diretamente sob o Patriarcado Ecumênico e foram removidas da dependência do Santo Sínodo da Grécia. Em 11 de maio de 1922, ele declarou a Igreja da América uma Arquidiocese. Colocou o Bispo Alexander Rodostolou como Arcebispo das Américas do Norte e do Sul, com três Episcopados: — Boston, Chicago e São Francisco. Isso foi progresso. Existiram embaraços para agilizar o progresso entre 1922 e 1930. Durante esse período eventos políticos na Grécia dividiram os gregos na América. As comunidades tornaram-se divididas eclesiasticamente pois para um Cristão Ortodoxo, o âmago de sua vida é sua igreja. Felizmente, a necessidade de unidade religiosa e concordia foi conseguida a tempo. o recém eleito Patriarca de Constantinopla Photius II tomou o encargo da eliminação da discórdia.
O Metropolita de Corinto Damaskinos foi enviado para a América em maio de 1930 com o propósito de temporariamente governar as comunidades gregas na América e estabelecer a ordem. Durante o mesmo ano, o Arcebispo Alexander e os Bispos Philaretos de Chicago e Joaquim de Boston, partiram para a Grécia onde foram indicados como Metropolitas.
Em 20 de agosto desse mesmo importante ano, o Metropolita Athenagoras de Kerkyra foi eleito Arcebispo da América, chegando em Nova York em 24 de fevereiro de 1931. Dois dias depois, 26 de fevereiro foi entronado na Igreja de São Eleftherios em Nova York. Enquanto isso, o Metropolita Damaskinos tendo cumprido sua missão de restabelecer a ordem, voltou para casa.
Nos anos seguintes, existiram outras mudanças eclesiásticas. Em 1949 o Arcebispo Athenagoras havia servido como líder da Igreja Ortodoxa Grega na América por dezoito anos, um bem amado e importante batalhador pela fé. Ele deixou a posição ao ser indicado Patriarca de Constantinopla.
O Reverendíssimo Miguel, Metropolita de Corinto, veio nesse tempo servir como Arcebispo das Américas do Norte e do Sul, pois, no Santo Sínodo de 11 de outubro de 1949, ele havia sido eleito para essa função. Sob a jurisdição da Arquidiocese Grega das Américas do Norte e Sul, há o seguinte: todas as comunidades gregas nos Estados Unidos, Canadá, Ilhas Bahamas, Cuba, México, República do Panamá, Argentina, Brasil e Uruguai. As 357 comunidades estão agora bem organizadas e existem mais de 400 padres servindo a elas.
As comunidades sustentam escolas paroquiais, escolas dominicais e instalações da Greek Orthodox Youth of America (GOYA) ou Juventude Ortodoxa Grega na América. Três-quartos das comunidades tem escolas gregas à tarde, escolas dominicais, ensaios de coral e sociedades de senhoras caridosas. Mais da metade tem clube de jovens afiliados à GOYA e os Olympians (Organização Nacional dos Jovens Juniores da Arquidiocese Ortodoxa Grega). Existem também agora sete capelães Ortodoxos Orientais servindo nas forças armadas dos Estados Unidos e dois deles são Ortodoxos Gregos.
A Arquidiocese mantem o Seminário Teológico estabelecido em 1937 em Pomfret, Connecticut, e transferido para Brook-line, Massachussets,em 1946. No seminário, jovens americanos de linhagem greco-ortodoxa são treinados para o presbiterado ou para professores.
A Arquidiocese em 1944 estabeleceu a Academia de São Basílio em Garrison, Nova York. Ela tem dois ramos — uma para preparação de mulheres gregas para professoras e o outro uma escola pública para meninas muito novas de parentesco grego. Essa academia particularmente, está sob os cuidados da Sociedade Philoptocos de Senhoras Gregas.
A diminuta fundação da pequena igreja em Nova Orleans, construída por poucos esperançosos mercadores gregos, desenvolveu-se a Igreja Ortodoxa Grega da América, agora um membro tanto do Nacional quanto do Mundial Conselho de Igrejas de Cristo. Em agosto de 1954, o Arcebispo Miguel foi nomeado um dos seis co-presidentes do Conselho Mundial de Igrejas de Cristo. A fundação foi construída sobre a fé e esperança e mantem-se hoje em sólida verdade para um sempre crescente mundo Cristão.
Continua no próximo post.