Iniciamos
aqui uma série de mensagens sobre a Reforma Protestante. De maneira
sucinta como convém ao blog, apresentamos um enfoque histórico da
era da reforma Protestante: como, quando e porque aconteceu a Reforma
Protestante.
Decadência
e Reconstrução da Igreja Ocidental (1294-1517 d.C.) - Aqui
veremos dois movimentos diversos: um deles é a decadência da Igreja
que por vários séculos representou o Cristianismo na Europa
Ocidental; o outro foi o ressurgimento de novas forças e
organizações que representaram mais fielmente o Cristianismo.
Em
meados do século 13 o papado venceu seu grande rival, o Império
Germânico, também conhecido como Santo Império Romano. Mas, a
França e a Inglaterra desenvolveram-se grandemente e criaram um alto
senso de independência nacional ressentindo-se de qualquer
interferência estrangeira em seus negócios. Os povos germânicos
que só mais tarde conseguiriam seu governo nacional, começaram a
desenvolver também um forte espírito nacionalista. Um dos aspectos
do movimento chamado Reforma foi uma revolta de algumas dessas nações
contra o domínio de um estrangeiro – o papa.
Onde
a Igreja falhou – Examinaremos agora algumas das
grandes falhas da Igreja papal que provaram que havia chegado ao fim
sua utilidade, como se apresentava na época.
A
corrupção do clero – A igreja falhou enormemente com a queda
do caráter do clero. Os privilégios e enormes poderes atribuídos
ao alto clero prejudicavam o seu caráter e a sua vida espiritual.
Igualmente prejudicial foi a enorme riqueza material da Igreja que
era usufruída pelo alto clero, em contraposição à situação de
miséria do povo. Extremavam-se os clérigos na guarda e manutenção
dos seus privilégios legais e sociais. Fizeram do dinheiro o seu
grande objetivo. A imoralidade também estava generalizada. A
embriaguez, a glutonaria e a mais baixa impureza sexual eram muito
comuns dentro do clero. Essa degradação do clero aprofundou-se ao
longo dos séculos 14 e 15, até que a Europa explodiu de indignação
e ódio contra tais falsos representantes de Deus. Grande parte dos
mosteiros também foram atingidos e vimos com tristeza monges e
freiras objeto de escárnio público por causa de seus vícios.
A
degradação da religião –
Outro motivo de aviltamento da Igreja papal foi o ensino de uma forma
adulterada do Cristianismo. O Evangelho foi substituído por uma
religião de ritos sacramentais que outorgavam uma salvação
“mágica”: Orações aos espíritos bondosos da virgem e dos
santos; infundia-se um medo injustificado dos maus espíritos; as
relíquias milagrosas eram adoradas; as vestimentas espalhafatosas
do clero; maldições e quebra de maldições eram proferidas pelos
sacerdotes. A Idade Média já estava chegando ao fim e a Igreja não
fazia nenhum esforço no sentido de purificar o seu culto.
O
povo abandonado – Uma das grandes causas do fracasso da Igreja
medieval foi o fato de ela ter-se descuidado do povo sob sua
responsabilidade, já que o clero havia fugido aos seu deveres quase
inteiramente. Raramente os bispos inspecionavam as igrejas sob seus
cuidados. OS párocos davam-se por satisfeitos com o que prescrevia o
ritual em latim, o qual não era entendido pelo povo e muitas vezes
pelos próprios párocos. Raríssimos eram os que pregavam ou
visitavam os seus paroquianos.
Essa
época é caracterizada pelo tremendo descaso da Igreja com o povo.
Dirigida por um clero arrogante, negligente e egoísta, a Igreja
papal falhava em atender as necessidades espirituais das cidades que
cresciam muito rapidamente. Não cuidadram de organizar novas igrejas
nem preparar novos sacerdotes. Em muitas dessas cidades cheias de
imundície e ignorância, milhares de pessoas viviam sem assistência
cristã. Ao povo necessitado a Igreja oferecia um grande sistema de
superstição administrada por um clero mundano e corrupto. A Igreja
não tinha nenhum outro remédio além desse, ao fim da Idade Média
para a ignorância e maldade, para a miséria física e espiritual
que enchiam a vida na Europa.
Continua no próximo post.