quarta-feira, 15 de julho de 2015

A Era da Reforma Protestante - 01.


Iniciamos aqui uma série de mensagens sobre a Reforma Protestante. De maneira sucinta como convém ao blog, apresentamos um enfoque histórico da era da reforma Protestante: como, quando e porque aconteceu a Reforma Protestante.
Decadência e Reconstrução da Igreja Ocidental (1294-1517 d.C.) - Aqui veremos dois movimentos diversos: um deles é a decadência da Igreja que por vários séculos representou o Cristianismo na Europa Ocidental; o outro foi o ressurgimento de novas forças e organizações que representaram mais fielmente o Cristianismo.
Em meados do século 13 o papado venceu seu grande rival, o Império Germânico, também conhecido como Santo Império Romano. Mas, a França e a Inglaterra desenvolveram-se grandemente e criaram um alto senso de independência nacional ressentindo-se de qualquer interferência estrangeira em seus negócios. Os povos germânicos que só mais tarde conseguiriam seu governo nacional, começaram a desenvolver também um forte espírito nacionalista. Um dos aspectos do movimento chamado Reforma foi uma revolta de algumas dessas nações contra o domínio de um estrangeiro – o papa.
Onde a Igreja falhou – Examinaremos agora algumas das grandes falhas da Igreja papal que provaram que havia chegado ao fim sua utilidade, como se apresentava na época.
A corrupção do clero – A igreja falhou enormemente com a queda do caráter do clero. Os privilégios e enormes poderes atribuídos ao alto clero prejudicavam o seu caráter e a sua vida espiritual. Igualmente prejudicial foi a enorme riqueza material da Igreja que era usufruída pelo alto clero, em contraposição à situação de miséria do povo. Extremavam-se os clérigos na guarda e manutenção dos seus privilégios legais e sociais. Fizeram do dinheiro o seu grande objetivo. A imoralidade também estava generalizada. A embriaguez, a glutonaria e a mais baixa impureza sexual eram muito comuns dentro do clero. Essa degradação do clero aprofundou-se ao longo dos séculos 14 e 15, até que a Europa explodiu de indignação e ódio contra tais falsos representantes de Deus. Grande parte dos mosteiros também foram atingidos e vimos com tristeza monges e freiras objeto de escárnio público por causa de seus vícios.
A degradação da religião – Outro motivo de aviltamento da Igreja papal foi o ensino de uma forma adulterada do Cristianismo. O Evangelho foi substituído por uma religião de ritos sacramentais que outorgavam uma salvação “mágica”: Orações aos espíritos bondosos da virgem e dos santos; infundia-se um medo injustificado dos maus espíritos; as relíquias milagrosas eram adoradas; as vestimentas espalhafatosas do clero; maldições e quebra de maldições eram proferidas pelos sacerdotes. A Idade Média já estava chegando ao fim e a Igreja não fazia nenhum esforço no sentido de purificar o seu culto.
O povo abandonado – Uma das grandes causas do fracasso da Igreja medieval foi o fato de ela ter-se descuidado do povo sob sua responsabilidade, já que o clero havia fugido aos seu deveres quase inteiramente. Raramente os bispos inspecionavam as igrejas sob seus cuidados. OS párocos davam-se por satisfeitos com o que prescrevia o ritual em latim, o qual não era entendido pelo povo e muitas vezes pelos próprios párocos. Raríssimos eram os que pregavam ou visitavam os seus paroquianos.

Essa época é caracterizada pelo tremendo descaso da Igreja com o povo. Dirigida por um clero arrogante, negligente e egoísta, a Igreja papal falhava em atender as necessidades espirituais das cidades que cresciam muito rapidamente. Não cuidadram de organizar novas igrejas nem preparar novos sacerdotes. Em muitas dessas cidades cheias de imundície e ignorância, milhares de pessoas viviam sem assistência cristã. Ao povo necessitado a Igreja oferecia um grande sistema de superstição administrada por um clero mundano e corrupto. A Igreja não tinha nenhum outro remédio além desse, ao fim da Idade Média para a ignorância e maldade, para a miséria física e espiritual que enchiam a vida na Europa.
Continua no próximo post.

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