sábado, 5 de novembro de 2016

A Doutrina de Deus - 07.


Continuação do post anterior.
Muitas pessoas interessam-se em descobrir de onde vieram os seus antepassados. O que você me diria se eu dissesse que você não tem antepassados? Você não aceitaria como verdadeira uma informação assim, e estaria com toda a razão. Nós temos antepassados, como todas as pessoas têm.
Afirmamos que todas as pessoas têm antepassadas, mas não podemos incluir Deus nessa afirmativa. Deus não tem antepassados. Nesse caso, como Ele começou a existir? Esta pergunta tem uma resposta muito simples. Deus nunca começou. Ele sempre existiu desde toda a eternidade. Por esta razão é que dizemos que Deus é eterno.
1. O que é eternidade? Para nós, é difícil imaginar o futuro desconhecido; mas podemos pensar no passado até onde as nossas mentes são capazes de retroceder, na tentativa de imaginarmos a eternidade. Dizemos que o livro de Gênesis é o livro dos começos. Ali estudamos acerca do começo da Criação, acerca do homem e do começo das nações. Entretanto, esses distantes começos ainda não formam o princípio.
Podemos retroceder ainda mais, até o tempo em que os anjos foram criados – aqueles filhos de Deus celestiais, singulares que bradaram de alegria por ocasião do lançamento dos fundamentos da terra – antes do alvorecer da história (veja Jó 38.4-7: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo, se tens entendimento. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases ou quem lhe assentou a pedra angular, quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” – RA).
Mas este também não foi o princípio. Em nossas mentes podemos pensar na eternidade como algo infinito, quando o tempo ainda não existia, quando a criação estava presente somente nos pensamentos de Deus. Neste mundo, nossas mentes finitas (limitadas) não conseguem entender a idéia sobre algo infinito, quando o tempo sem limites ainda não havia começado. O fato é que a eternidade é a infinitude de Deus em relação ao tempo.
2. Quem habita na eternidade? Os homens e os anjos são seres criados, mas somente Deus não teve começo. Assim Ele é o único que habita na eternidade. O homem tem um presente, um passado e um futuro; mas Deus habita somente no presente. Para Deus tanto o passado como o futuro são a mesma coisa que o agora.
Deus é eterno de duas maneiras: 1) Deus nunca começou a existir. Ele sempre existiu (veja Sl 90.2: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.” - RA). 2) A existência de Deus nunca terminará (veja Dt 32.40: “ Levanto a mão aos céus e afirmo por minha vida eterna:” - RA; Sl 102.27: “Tu, porém, és sempre o mesmo, e os teus anos jamais terão fim.” - RA). Sendo eterno, Deus está fora de toda a progressão do tempo. Para Ele o tempo não passa.
3. Como podemos compreender o conceito da eternidade de Deus? À parte das Escrituras podemos concluir que Deus sempre existiu, por causa da lógica da idéia. Qualquer pessoa sabe que as coisas não se originam do nada. Um vácuo não é capaz de produzir alguma coisa. Portanto, se no começo do universo nada existia e se tudo não passava de um vácuo, então tudo teria permanecido da mesma maneira. Porém, visto que observamos um vastíssimo universo ao nosso redor, somos forçados, mediante a lógica, a aceitar a conclusão que algo, no passado, nunca teve começo – sempre existiu. Essa alguma coisa é Deus.
A eternidade de Deus é revelada por meio das Escrituras. Deus é chamado de Deus eterno (veja Gn 21.33: “Plantou Abraão tamargueiras em Berseba e invocou ali o nome do SENHOR, Deus Eterno.” – RA. Salmo 90.2: “ Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.” – RA. E também: Salmo 102.27: “Tu, porém, és sempre o mesmo, e os teus anos jamais terão fim.” – RA. As inspiradas palavras de Isaías declaram que Deus é aquele que “habita a eternidade” (veja Is 57.15: “ Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.”), ao passo que Paulo afirmou para Timóteo, que somente Deus é a fonte da imortalidade (1Tm 6.16).