segunda-feira, 28 de agosto de 2017

A Doutrina de Deus – 18.
Continuação do post anterior.
Paulo assevera que Deus “faz todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade” (Efésios 1.11), e também afirma que Deus opera em nós “tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade” (Filipenses 2.13). Ele confere-nos discernimento quanto as situações da vida e guia-nos por meio do Seu Santo Espírito. Ele adverte-nos quanto às consequências do fracasso e procura conquistar-nos gentilmente. Contudo, não tira a nossa liberdade, visto que não nos impõe a Sua vontade à força. Dentro da experiência da salvação, Ele dá início à Sua admirável realização, colocando-se do lado de fora de nosso coração e batendo; mas, nós é que devemos abrir-Lhe a porta. (veja Apocalipse 3.20: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo”. - RA). Além disso, o Espírito Santo vem habitar em nós. Ele mantém o controle sobre as nossas vidas por todo o tempo em que nos mantivermos submissos ao Seu senhorio. Nosso relacionamento com Ele, como nosso Senhor, continua baseado em nosso amor por Ele e a nossa escolha de entregar a Ele o controle de nossas vidas.
3.Governo. Refere-se às atividades do governo divino, com o objetivo de concretizar os Seus propósitos divinos. Conforme vimos, Deus governou o mundo físico por meio de leis que Ele mesmo estabeleceu. E Ele governa as pessoas através das leis e propriedades da mente, e também mediante as operações do Espírito Santo. Assim fazendo, Deus usa todas as formas de influência, como as circunstâncias, os motivos, a instrução, a persuasão e a força do exemplo. Ele opera diretamente, por meio das operações do Espírito Santo para que influencie o intelecto, as emoções e a vontade do homem.
Deus governa todas as coisas pelo menos de quatro maneiras diferentes. Quando compreendemos essas maneiras percebemos a relação que há entre a vontade soberana de Deus, na realização do Seu plano divino e a vontade do homem, que atua livremente.
  1. Algumas vezes Deus nada faz para impedir o homem de fazer o que ele resolveu fazer. Isso não quer dizer que Deus esteja aprovando o pecador, mas é que Ele não impõe o Seu poder para impedir esses atos errados. Exemplos disso aparecem em Atos dos Apóstolos 14.15,16 e Salmos 81.12,13.
  2. De outras vezes, Deus impede os homens de cometerem o pecado, influenciando-os para que não pequem. Exemplos disso vemos em Gênesis 20.6; 31.34 e Oséias 2.6. O salmista orou solicitando esse tipo de ajuda, conforme se lê em Salmos 19.13: “da soberba guarda o teu servo”.
  3. De outras vezes, sobre a direção divina, Deus redireciona os atos de homens maus, usando esses atos para que redundem em bons resultados. Já vimos um exemplo disso na vida de José. Seus irmãos pecaram, mas Deus usou tal erro para fazer algo de bom.
  4. Finalmente, algumas vezes Deus determina os limites do pecado e da iniqüidade. Trechos bíblicos como os de Jó 1.12 e 2.6 indicam que Deus impõe limites às atividades de satanás. Paulo em 1 Coríntios 10.13 declara que o Senhor também estabelece um limite aos testes e tentações que os crentes precisam enfrentar.
A providência transmite-nos a idéia de que Deus governa amorosamente todas as coisas. Esse amor atinge a sua expressão culminante nas palavras do apóstolo: “... todas as coisas colaboram juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu decreto” (Romanos 8.28).
Efeitos da Providência Divina.
De que maneira a providência divina afeta as nossas experiências pessoais? Muitos trechos bíblicos revelam a promessa divina de fazer prosperar os justos (veja Levítico 26.3-13 e Deuteronômio 28.1-14). Deus abençoa aqueles que Lhe pertencem – Suas bênçãos, porém, são por demais numerosas para serem mencionadas uma a uma.
Entretanto, com certa freqüência, os retos indagam: Por que os ímpios prosperam? E porque eles não são castigados? O salmista responde que 1) A prosperidade dos ímpios é apenas temporária; e 2) eventualmente Deus haverá de julgara iniqüidade dos ímpios (Veja Salmos 37.16-22; 73.1-28; ver também Malaquias 3.13-4.3).
Portanto, quando alguém lhe perguntar: “Por qual razão Deus não põe um ponto final em toda essa violência?”, então você poderá responder com toda confiança: “Espere para ver o ato final desse drama. Deus já iniciou o Seu plano para eliminar o egoísmo, o desespero, a rebeldia e a corrupção. De acordo com o Seu plano eterno, haverá bênçãos e prosperidade para todos quanto amam a Deus”. Nesse ínterim, Deus vai adiando o julgamento, a fim de dar aos ímpios a oportunidade de se arrependerem (ver Romanos 2.4 e 2 Pedro 3.9)

Continua no próximo post.

sábado, 12 de agosto de 2017

A Doutrina de Deus –17.


Continuação do post anterior.
3. O governo de Deus tem, como seu alvo primário, a Sua própria glória (Efésios 1.11-14). Todas as perfeições de Deus manifestam-se através de Seu governo. Isso significa que a Sua providência divina revela-nos as qualidades do Seu Ser. Para exemplificar, o Seu amor é revelado pela Sua provisão às Suas criaturas, particularmente quando lhes provê redenção, mediante o Seu Filho. A Sua verdade é revelada tanto nas leis da natureza como em Sua fidelidade, no cumprimento das promessas existentes em Sua Palavra. A Sua santidade e retidão são reveladas no ódio que Ele tem ao pecado. O Seu poder é demonstrado em Sua obra de criação, redenção e providência. E a Sua sabedoria pode ser vista na maneira como Ele opera a fim de concretizar os Seus propósitos. E, quando reconhecemos quão maravilhoso é o nosso grande Criador, então nós Lhe prestamos honra e glória.
Elementos da Providência Divina.
Muitos estudiosos da Bíblia sugerem que há três aspectos da providência divina. Entretanto, eles reconhecem que esses aspectos se justapõem até certo ponto e que essas três fases nunca aparecem isoladas nas operações de Deus. Esses aspectos são a preservação, a concordância e o governo.
1. Preservação. Já podemos discutir sobre a preservação divina, ou seja, a manutenção do universo, como parte do governo soberano de Deus sobre todas as coisas. Deus está ativamente envolvido na preservação de Sua criação. Tudo quanto Deus criou depende absolutamente dEle. Contudo, Ele conferiu certas propriedades a cada parte de Sua criação, visando a sua manutenção. O trecho de Gênesis 1.24,25: “Disse também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez. E fez Deus os animais selváticos, segundo a sua espécie, e os animais domésticos, conforme a sua espécie, e todos os répteis da terra, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom”.- RA; indica que Deus dotou cada criatura de certas características naturais, que lhe são próprias. Cada espécie cresce, desenvolve-se, amadurece e reproduz-se de acordo com a sua própria espécie.
2. Concordância. O vocábulo concordância significa acordo, cooperação, consentimento. Ele dá a idéia que nenhuma atividade da matéria ou da mente pode ter lugar sem o consentimento de Deus e que o Seu poder coopera com os poderes que lhe estão sujeitos. Em Atos 17.28: “pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração”.  – RA; e em 1 Coríntios 12.6: “E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos”.- RA; o apóstolo Paulo dá a entender que, sem a concordância de Deus, nenhuma força ou pessoa poderia continuar a agir ou mesmo a existir. Destarte, o poder de Deus exerce fortíssima influência sobre o poder do homem, embora sem destruí-lo e sem furtar do ser humano a sua liberdade. O homem possui, conserva e utiliza seus poderes naturais, enquanto que Deus preserva a sua mente e o seu corpo através de suas funções naturais.
Visto que Deus é a base da existência do homem, não podemos dizer que o papel do homem é igual em importância ao papel de Deus. Nesse ponto, novamente, encontramos um profundo mistério: Deus outorgou ao homem poderes naturais que podem ser usados para o bem ou para o mal. Quando esses poderes naturais são usados de maneira má, somente o homem é o responsável, porquanto Deus não é o causador dos maus atos dos homens. Veja em Jeremias 44.4: Todavia, começando eu de madrugada, lhes enviei os meus servos, os profetas, para lhes dizer: Não façais esta coisa abominável que aborreço”.- RA; e Tiago 1.13,14: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz”.- RA.
Deus concorre com os atos dos homens, conferindo-lhes os seus poderes naturais; mas, a má direção desses poderes vem da parte dos homens. Um exemplo dessa concorrência é o caso de José. Veja em Gênesis 45.5: “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós”.- RA; e Gênesis 50.20: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida”.- RA. Vemos ali que, apesar de seus irmãos terem usados seus poderes naturais para fazerem o mal, Deus faz aquela má ação redundar em bem. Ele consentiu os atos, permitindo-os; mas, cumpriu a Sua vontade através do que eles fizeram, de acordo com os Seus propósitos.
Continua no próximo post.