sexta-feira, 24 de março de 2017

A Doutrina de Deus - 12.


Continuação do post anterior.
A santidade de Deus é o tema também de muitas passagens do Novo Testamento. Já vimos no Antigo Testamento vários exemplos do fato das pessoas não terem acesso direto a Deus, como também não conseguirem esse acesso por meio dos seus esforços. No Antigo Testamento, um sacerdote santificado aproximava-se da presença de Deus, a fim de fazer expiação pelos pecados do povo. Mas agora uma expiação definitiva foi feita através do sacrifício do próprio Filho de Deus, Jesus Cristo. De acordo com Romanos 5.2: (“Foi Cristo quem nos deu, por meio da nossa fé, esta vida na graça de Deus. E agora continuamos firmes nessa graça e nos alegramos na esperança de participar da glória de Deus” - NTLH);
e Efésios 2.13-18: (“Mas agora, unidos com Cristo Jesus, vocês, que estavam longe de Deus, foram trazidos para perto dele pela morte de Cristo na cruz. Pois foi Cristo quem nos trouxe a paz, tornando os judeus e os não-judeus um só povo. Por meio do sacrifício do seu corpo, ele derrubou o muro de inimizade que separava os judeus dos não-judeus. Ele acabou com a lei, juntamente com os seus mandamentos e regulamentos; e dos dois povos formou um só povo, novo e unido com ele. Foi assim que ele trouxe a paz. Pela sua morte na cruz, Cristo destruiu a inimizade que havia entre os dois povos. Por meio da cruz, ele os uniu em um só corpo e os levou de volta para Deus. Assim Cristo veio e anunciou a todos a boa notícia de paz, tanto a vocês, os não-judeus, que estavam longe de Deus, como aos judeus, que estavam perto dele. É por meio de Cristo que todos nós, judeus e não-judeus, podemos ir, pelo poder de um só Espírito, até a presença do Pai.” - NTLH);
se quisermos nos aproximar de Deus, isso terá de ser feito mediante os méritos de Jesus Cristo. O trecho de 1 Pedro 3.18: “ Pois o próprio Cristo sofreu uma vez por todas pelos pecados, um homem bom em favor dos maus, para levar vocês a Deus. Ele morreu no corpo, mas foi ressuscitado no espírito,” - NTLH), nos ensina que todas as nossas imundícias e injustiças são cobertas e expiadas pelo nosso reto Salvador, para que possamos chegar a presença do Deus santo. Portanto os trechos citados acima ensinam-nos que a única maneira de chegarmos à santa presença de Deus é através da expiação provida por nosso Senhor Jesus Cristo.
Não podemos falar sobre a santidade de Deus, sem também mencionarmos a Sua retidão e a Sua justiça. Muitos estudiosos da Bíblia classificam essas duas qualidades como atributos separados da Deidade; mas a retidão e a justiça são resultados diretos da santidade de Deus. Esses são aspectos de Sua santidade, vistos no Seu relacionamento com as pessoas.
Em primeiro lugar, a santidade divina se expressa mediante a retidão. Deus estabeleceu neste mundo um governo moral. Isso significa que Ele decretou leis justas (eqüitativas e certas), sob as quais as pessoas devem viver. Em segundo lugar, a santidade de Deus se expressa mediante a Sua justiça. Deus administra as Suas leis com equidade; Ele recompensa aqueles que obedecem e castiga aqueles que desobedecem a essas leis.
A retidão divina é demonstrada por seu amor à santidade em Seu povo. Deus não somente é santo; mas também requer que o Seu povo seja santo. Sua justiça é demonstrada pelo fato dEle julgar o pecado. Visto que Deus não pode tolerar o pecado, por isso mesmo deve punir aqueles que pecam. Deus exige de mim, depois de eu me tornar crente e abandonar os meus caminhos pecaminosos, que eu seja santo e que eu compartilhe de Sua santidade.
A santidade é uma qualidade da vida cristã que envolve mais do que não fazer o que é errado. Ela se expressa sob a forma de ações corretas, quando fazemos aquilo que o amor de Deus leva-nos a fazer pelas outras pessoas. Isso produz em nós o interesse pelas pessoas que nos cercam. Por exemplo, podemos manter a nossa obediência a Deus enquanto ministramos às necessidades de outras pessoas. Não precisamos transigir os princípios cristãos a fim de servir a outras pessoas. A parábola que Jesus contou, registrada em Lucas 10.29-37, ilustra o ideal cristão (o padrão da perfeição) com o qual deveríamos nos identificar. E, ao mesmo tempo, demonstra o tipo de atividades que exprime o nosso ideal, de maneira prática, no trato com os nossos semelhantes. O único dos três indivíduos citados na parábola narrada em Lucas 10.29-37 que expressa o ideal da santidade cristã em suas ações é o samaritano, pois ele mostrou que fazia o que é direito. Aplicou à vida os princípios que defendia.
Conforme podemos ver em Hebreus 12.10 e 14: (“Os nossos pais humanos nos corrigiam durante pouco tempo, pois achavam que isso era certo; mas Deus nos corrige para o nosso próprio bem, para que participemos da sua santidade. Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”), a Bíblia exorta cada um de nós a viver uma vida santa ou separada. Uma pessoa pode obedecer a esse mandamento e ao mesmo tempo, envolver-se na vida da comunidade, conforme Jesus ensinou em Mateus 5.13-16. Esse trecho bíblico ensina que não devemos perder a nossa santidade, mas antes devemos servir de exemplo para as outras pessoas. Dessa maneira, um crente não haverá de envolver-se com aquilo que o Novo Testamento não permite. Não obstante, o crente fará tudo quanto estiver ao seu alcance, a fim de servir aos seus familiares e vizinhos, mostrando que se interessa por eles.

Continua no próximo post