Continuação
do post anterior.
Alguém
poderia perguntar se Lutero ficaria satisfeito com essa resposta,
desde que com o senso que tinha da grandiosa condescendência de Deus
em Cristo, ele mantinha que Deus tinha dado ao homem auxílios as
suas devoções. Tais auxílios eram rituais e cerimônias. Assim
como Cristo, pela sua encarnação, santificou a humanidade, então
as coisas terrenas poderiam ser sacramentais ao divino.
Lutero
não estava preparado a dispensar o “o porta olho” para a alma,
como Bunyan iria mais tarde denominar. Como nós iremos ver mais
tarde, essa visão era inaceitável para Calvino, desde que ele
mantinha que o homem era essencialmente corrupto e que seu culto só
era aceitável na medida em que ele se conformava com a lei de Deus
nas Escrituras. Calvino mantinha que o Decálogo discorrendo contra
“as imagens de escultura”, tinha dispensando suficientemente a
necessidade de cerimônias e vestimentas.
A
atitude de Lutero será vista, era capaz de ser defendida em termos
teológicos. Mas sua atitude não era estritamente teológica, nem
era sempre baseada em princípios. Algumas vezes ele era
inconsistente com seus princípios. Lutero nem sempre levava suas
convicções teológicas as suas conclusões lógicas. Por exemplo,
seu apelo ao braço secular para punir os camponeses os quais se
revoltaram contra seus senhores era contrario a sua doutrina da
liberdade do cristão.
Similarmente,
em matéria litúrgica, pode ser fartamente exposto que sua doutrina
da Palavra de Deus não foi logicamente desenvolvida. Como atenuante
deve ser lembrado, no entanto, que ele foi o primeiro reformador e
que no tempo de Calvino a situação era mais estável e os homens
tinham mais tempo de refletir nestes assuntos. Não obstante, não
pode ser negado que nos últimos anos de Lutero, o reformador mostrou
um crescente conservadorismo. Ele desejava mais uniformidade tanto no
uso das vestimentas eclesiásticas como nas formas de liturgia. O que
previamente era opcional, se tornou obrigatório.
Finalmente,
não pode se ter dúvida que a opinião de Lutero foi, em certa
extensão, moldada não em cima de um principio, mas pelos
acontecimentos. O método era “solvitur ambulando”. Isto
era definitivamente o caso na ordem pela qual suas reformas eram
executadas. Sua pregação da Justificação pela fé exigiu para ele
reformar o Cânon da Missa. Isto por sua vez levou os sacerdotes a
serem separados para cada localidade e também para o costume onde
cada sacerdote era permitido realizar uma missa a cada dia. O ataque
na vida monástica fez com que muitos monges e freiras deixassem suas
vidas solitárias, mas agora estavam desempregados.
Continua no próximo post.