O
Protestantismo.
Continuação
do post anterior.
O
Protestantismo foi Protesto cristão, em nome do Evangelho, contra os
escândalos de uma cristandade e de uma Igreja cujos comportamentos
contradiziam os ensinamentos de Jesus. O nome protestante foi dado à
Reforma só em 1529, quando seis príncipes e catorze cidadãos
livres, na dieta de Speyer, levantaram solene protesto contra as
exigências católicas.
Entre
os seus precursores podemos incluir antepassados muito anteriores ao
século XVI, como Pedro Valdo e sua confraria dos pobres de Lion,
encarregados de difundir o Evangelho em língua popular. Os
discípulos de Valdo, os valdenses, foram massacrados por ordem do
imperador Francisco I, em 1545. Alguns remanescentes ainda sobrevivem
nos Alpes.
Mais
tarde, foi o papado que causou escândalo por seu luxo, pelo peso
excessivo de seu fisco e por suas intervenções políticas e
militares. Desde o século XIV, os excessos e a corrupção da Igreja
Católica Romana provocaram em seu próprio meio críticas e pedidos
de reformas. Os mais importantes foram os dos teólogos e clérigos
Wyclif (1320-1384), professor da Universidade de Oxford, e John Huss
(1370-1415), decano da Faculdade de Teologia de Praga.
Os
dois se opuseram aos direitos e privilégios do clero. Puseram em
questão principalmente o poder do papa e do clero de serem os únicos
intérpretes da Escritura. Wyclif rejeitou o dogma da
transubstanciação. Segundo a transubstanciação, a substância do
pão e do vinho é mudada, de fato, na substância do corpo e do
sangue de Cristo nas celebrações da ceia do Senhor. John Huss,
depois de sua tradução da Bíblia para o tcheco, em seu tratado “Da
Igreja”, distingue a instituição da igreja católica romana e
a Igreja universal fundada por Jesus. Os dois foram declarados
hereges, e John Huss, preso e torturado, morreu na fogueira em 6 de
julho de 1415.
Simultaneamente,
a difusão da Bíblia pela imprensa e o desenvolvimento do espírito
crítico, graças ao humanismo, punham em evidência as contradições
entre o Evangelho e a vida da Igreja. Em “Elogio da Loucura”,
o humanista Erasmo de Roterdan, de forma irônica, opôs o
comportamento dos papas Alexandre VI, o corrupto, de Júlio II, o
guerreiro, e de Leão X, o mecenas, ao exemplo de Jesus.
Vários
concílios reconheceram a necessidade de reformas e tentaram
realizá-las. Em 1436, um cardeal, Juliano Cesarindo, proclamava a
urgência de se reformar a Igreja no chefe e nos membros.
Exortações
várias, reformas abortadas e condenações dos que protestavam, por
heresias, só conseguiram mostrar melhor a situação intolerável da
Igreja Católica Romana no século XVI e a necessidade indispensável
de seu retorno imediato à simplicidade primitiva. A reforma que
nasceria dessas reações, surgiu quase ao mesmo tempo em três
lugares diferentes: na Alemanha, na Suíça e na França.
Continua
no próximo post.
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