terça-feira, 4 de março de 2014

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 18.

 

O Protestantismo.
Continuação do post anterior.

O Protestantismo foi Protesto cristão, em nome do Evangelho, contra os escândalos de uma cristandade e de uma Igreja cujos comportamentos contradiziam os ensinamentos de Jesus. O nome protestante foi dado à Reforma só em 1529, quando seis príncipes e catorze cidadãos livres, na dieta de Speyer, levantaram solene protesto contra as exigências católicas.
Entre os seus precursores podemos incluir antepassados muito anteriores ao século XVI, como Pedro Valdo e sua confraria dos pobres de Lion, encarregados de difundir o Evangelho em língua popular. Os discípulos de Valdo, os valdenses, foram massacrados por ordem do imperador Francisco I, em 1545. Alguns remanescentes ainda sobrevivem nos Alpes.
Mais tarde, foi o papado que causou escândalo por seu luxo, pelo peso excessivo de seu fisco e por suas intervenções políticas e militares. Desde o século XIV, os excessos e a corrupção da Igreja Católica Romana provocaram em seu próprio meio críticas e pedidos de reformas. Os mais importantes foram os dos teólogos e clérigos Wyclif (1320-1384), professor da Universidade de Oxford, e John Huss (1370-1415), decano da Faculdade de Teologia de Praga.
Os dois se opuseram aos direitos e privilégios do clero. Puseram em questão principalmente o poder do papa e do clero de serem os únicos intérpretes da Escritura. Wyclif rejeitou o dogma da transubstanciação. Segundo a transubstanciação, a substância do pão e do vinho é mudada, de fato, na substância do corpo e do sangue de Cristo nas celebrações da ceia do Senhor. John Huss, depois de sua tradução da Bíblia para o tcheco, em seu tratado “Da Igreja”, distingue a instituição da igreja católica romana e a Igreja universal fundada por Jesus. Os dois foram declarados hereges, e John Huss, preso e torturado, morreu na fogueira em 6 de julho de 1415.
Simultaneamente, a difusão da Bíblia pela imprensa e o desenvolvimento do espírito crítico, graças ao humanismo, punham em evidência as contradições entre o Evangelho e a vida da Igreja. Em “Elogio da Loucura”, o humanista Erasmo de Roterdan, de forma irônica, opôs o comportamento dos papas Alexandre VI, o corrupto, de Júlio II, o guerreiro, e de Leão X, o mecenas, ao exemplo de Jesus.
Vários concílios reconheceram a necessidade de reformas e tentaram realizá-las. Em 1436, um cardeal, Juliano Cesarindo, proclamava a urgência de se reformar a Igreja no chefe e nos membros.
Exortações várias, reformas abortadas e condenações dos que protestavam, por heresias, só conseguiram mostrar melhor a situação intolerável da Igreja Católica Romana no século XVI e a necessidade indispensável de seu retorno imediato à simplicidade primitiva. A reforma que nasceria dessas reações, surgiu quase ao mesmo tempo em três lugares diferentes: na Alemanha, na Suíça e na França.
Continua no próximo post.

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