As
Profecias – 1.
As
Profecias
de
Daniel.
O
tempo da vinda do Messias foi definido mais precisamente pelo profeta
Daniel em sua profecia das setenta semanas. O profeta Daniel escreveu
a profecia sobre o tempo da chegada do Messias, quando ele e outros
hebreus encontravam-se cativos na Babilônia.
Os
hebreus foram levados ao cativeiro pelo rei Nabucodonosor, que havia
destruído a cidade de Jerusalém no ano 588 A.C. O profeta Daniel
sabia que os 70 anos, período do cativeiro babilônico proferido
pelo profeta Jeremias (no Cap.25 de seu livro) estava chegando ao
fim. Desejando rápido retorno do povo hebreu do cativeiro para sua
terra nativa e a restauração da Cidade Santa de Jerusalém, Daniel
começou a pedir freqüentemente a Deus por isto, em preces
fervorosas. Ao final de uma destas preces, surgiu repentinamente
diante dele o Arcanjo Gabriel e disse que Deus ouvira sua prece e em
breve auxiliaria os hebreus na restauração da cidade. Prosseguindo,
o Arcanjo revelou ainda mais notícias boas, especificamente, que do
tempo da declaração do decreto da restauração de Jerusalém,
iniciar-se-ia a previsão do ano da vinda do Messias e a instituição
do Novo Testamento. Eis o que o Arcanjo Gabriel falou ao profeta
Daniel:
"Setenta
semanas de anos foram decretadas sobre o teu povo e sobre a tua
cidade santa a fim de que as prevaricações se consumam, o pecado
tenha o seu fim, a iniqüidade se apague, a justiça eterna seja
trazida, as visões e profecias se cumpram e o Santo dos Santos seja
ungido. Sabe, pois, isto e adverte-o bem: Desde a saída da ordem
para Jerusalém ser reedificada até ao Cristo chefe, passarão sete
semanas e sessenta e duas semanas; e serão reedificadas as praças e
os muros nos tempos de angústia. Depois das sessenta e duas semanas,
será morto o Cristo, e o povo que O há de negar, não será mais
Seu. Um povo com o seu capitão, que há de vir, destruirá a cidade
e o santuário; o seu fim será uma ruína total, e, depois do fim da
guerra, virá a desolação decretada. E (o Cristo) confirmará com
muitos a Sua Aliança durante uma semana; no meio da semana fará
cessar a hóstia e o sacrifício; estará no Templo a
abominação da desolação;
e a desolação durará até à consumação e até ao fim"
(Dan.9:24-27).
A
totalidade do tempo, desde o decreto da restauração de Jerusalém
até a instituição do Novo Testamento e da segunda destruição
desta cidade, está nesta profecia, dividido em três períodos.
A
disposição de tempo de cada período era calculado em "semana"
anos, isto é, sete anos a fio. A palavra hebraica para "semana"
é "shavua"
e literalmente significa "sete."
Sete é um número sagrado, simbolicamente significa plenitude,
perfeição.
O
significado da profecia dada é o seguinte: para a nação judáica e
para a Cidade Santa são estabelecidas 70 "semanas"
(70 x 7 = 490 anos), até à vinda do Santo dos Santos (Cristo), o
Qual extinguirá a ilegalidade, trazendo a verdade eterna e
realizando todas as profecias.
A
norma para a nova construção de Jerusalém e do Templo servirá
como o início destas semanas; e as últimas semanas servirão como a
segunda destruição de ambos.
Pela
ordem dos acontecimentos, estas semanas estão divididas do seguinte
modo: durante as primeiras sete "semanas"
(i.e. 49 anos) Jerusalém e o Templo serão reconstruídos.
Então,
no final das 62 semanas seguintes (i.e. 434 anos) Cristo virá, mas
Ele sofrerá e será levado à morte. Finalmente, no decorrer da
última "semana"
(i.e. 7 anos) será instituído o Novo Testamento e na metade desta
"semana"
os sacrifícios habituais no Templo de Jerusalém serão extinguidos
e haverá no santuário abominação
proveniente da desolação.
Virá então um povo conduzido por um líder, o qual destruirá a
Cidade Santa e o Templo.
É
interessante e instrutivo observar, como de fato os acontecimentos
históricos se desenrolam no período de tempo designado pelo Arcanjo
Gabriel. O decreto para a restauração de Jerusalém foi expedido
pelo rei persa Artaxerxes da dinastia Arquemenide em 453 A.C. Este
notável acontecimento é descrito em detalhes por Neemias no 2o
capítulo de seu livro.
À
partir do momento da expedição desse decreto, é que deve se
começar a enumeração das "semanas"
de Daniel. Pelo método grego de contagem dos anos, este era o 3o
ano da 76a
Olimpíada. Pelo método romano era o 299o
ano após a fundação de Roma.
A
restauração dos muros e do Templo foi protelada aproximadamente por
40 ou 50 anos (sete "semanas"),
pois muitas nações pagãs que viviam nas regiões vizinhas de
Jerusalém, impediam de todas as maneiras possíveis a restauração
da cidade.
De
acordo com a profecia, o Messias iria sofrer pela purificação dos
pecados humanos no período entre 69 e 70 "semanas."
Se somarmos ao ano da expedição do decreto da restauração de
Jerusalém 69 semanas (69 x 7) i.e. 483 anos, resultará então no
30o
ano do método cristão de numeração dos anos. E foi por volta
desse tempo, de 30 a 37 D.C. conforme a profecia, que o Messias iria
sofrer e morrer.