Sujeição dos Patriarcados ao Islã.
Continuação do post anterior.
O Islã como Poder Conquistador. A
dominação dos maometanos trouxe desastrosas conseqüências e culminaram com a
sujeição das antigas Igrejas do Oriente a mandatários de outra fé. Maomé morreu
em 632, e seu trabalho, segundo seu próprio comando, foi continuado por seus
sucessores, os califas. Provenientes da península arábica, nos anos seguintes à
morte de Maomé em 632, eclodiu a tempestade das invasões islâmicas. Abu Bekr
(632-634) conquistou Damasco; Omar (634-643) invadiu a Pérsia, completou a
conquista da Síria e colocou sob sua sujeição a Palestina e o Egito; e Otman
(643-665) finalmente dominou a Pérsia e conquistou quase todo Norte da Àfrica.
Depois deles, Muaviah sitiou Constantinopla por
terra e mar por sete anos (672-678), e só foi impedido de capturá-la nessa
época pelo valente Imperador de Bizâncio, Constantino Pogonatus, que queimou a
frota islâmica por meio do "fogo líquido" inventado pelo engenheiro
grego Callinicus.
Mas mesmo depois desse desastre os árabes
rapidamente recuperaram seu zêlo vitorioso; e, em 711, estabelecidos nas praias
do norte da África, se lançaram pelo estreito de Gibraltar para a Espanha e
avançaram direto para a França, onde o bravo general Charles Martel, finalmente,
derrotou-os na batalha de Poitiers, em 732, exatamente cem anos depois da morte
de Maomé.
A Sujeição dos Patriarcados ao Islã. O Islamismo com todos os seus eventos
reduziu severamente os contornos da Igreja do Oriente e privou-a de belas
províncias; os famosos Patriarcados de Jerusalém, Antioquia e Alexandria, que caíram
logo sob os árabes, perderam sua antiga glória e vitalidade. Durante o cerco de
Jerusalém por Omar, Sofrônio, o prudente Patriarca, encabeçou uma delegação ao
encontro do califa e entregou a cidade a ele em termos favoráveis evitando
assim a sua destruição.
Omar recebeu-o generosamente, e
permitiu aos Cristãos manter os seus templos sem serem molestados sob a única
condição de pagarem o "haratsi" ou "imposto de capital."
Mas na Síria e outros lugares o "haratsi" não foi considerado
suficiente, e aqueles que não mudaram a sua fé foram forçados a se submeter a
todo tipo de humilhação. Todas as pessoas que professassem uma religião diferente da
islâmica eram obrigadas a pagar um imposto especial (a Jyzia); se não o
pagassem, essas pessoas eram decapitadas. Em tempo de guerra, a Jizya era
aumentada de tal forma que reduzia os não-maometanos à penúria e à miséria, e
muitas vezes à condição de escravatura, salvo se se convertessem ao Islão. Esta
era a “tolerância” islâmica.
Não lhes era permitido montar um
cavalo; a construção de Igrejas, procissões públicas, toque de sinos, e
colocação de cruz nos sepulcros, tudo isso era proibido; e eram impedidos de
manter posições oficiais. Infelizmente a conquista Islâmica da Síria e Egito
foi facilitada pelas grandes disputas religiosas no sétimo século, que estavam
grassando nessas províncias nessa época. Nestorianos, Coptas e Jacobitas eram
consumidos por tal ódio pelos Cristãos Ortodoxos da região, a quem eles
chamavam de “Melquitas" ou "Realistas" (do Rei), que eles
saudaram o advento do governo islâmico como uma libertação.
Nos países conquistados, o cristianismo foi desaparecendo lentamente, com
exceção de comunidades que ainda hoje resistem, formando Igrejas estruturadas:
os coptas no Egito e na Etiópia, os Maronitas no Líbano. No norte da África,
terra de Agostinho, Cipriano, Tertuliano, glórias da Igreja, a extinção foi
definitiva: no momento da conquista havia 40 bispos, em 1076 eram dois.
Continua no próximo post
Nenhum comentário:
Postar um comentário