sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Teologia do Culto Reformado - 03.

Continuação do post anterior.
Alguém poderia perguntar se Lutero ficaria satisfeito com essa resposta, desde que com o senso que tinha da grandiosa condescendência de Deus em Cristo, ele mantinha que Deus tinha dado ao homem auxílios as suas devoções. Tais auxílios eram rituais e cerimônias. Assim como Cristo, pela sua encarnação, santificou a humanidade, então as coisas terrenas poderiam ser sacramentais ao divino.
Lutero não estava preparado a dispensar o “o porta olho” para a alma, como Bunyan iria mais tarde denominar. Como nós iremos ver mais tarde, essa visão era inaceitável para Calvino, desde que ele mantinha que o homem era essencialmente corrupto e que seu culto só era aceitável na medida em que ele se conformava com a lei de Deus nas Escrituras. Calvino mantinha que o Decálogo discorrendo contra “as imagens de escultura”, tinha dispensando suficientemente a necessidade de cerimônias e vestimentas.
A atitude de Lutero será vista, era capaz de ser defendida em termos teológicos. Mas sua atitude não era estritamente teológica, nem era sempre baseada em princípios. Algumas vezes ele era inconsistente com seus princípios. Lutero nem sempre levava suas convicções teológicas as suas conclusões lógicas. Por exemplo, seu apelo ao braço secular para punir os camponeses os quais se revoltaram contra seus senhores era contrario a sua doutrina da liberdade do cristão.
Similarmente, em matéria litúrgica, pode ser fartamente exposto que sua doutrina da Palavra de Deus não foi logicamente desenvolvida. Como atenuante deve ser lembrado, no entanto, que ele foi o primeiro reformador e que no tempo de Calvino a situação era mais estável e os homens tinham mais tempo de refletir nestes assuntos. Não obstante, não pode ser negado que nos últimos anos de Lutero, o reformador mostrou um crescente conservadorismo. Ele desejava mais uniformidade tanto no uso das vestimentas eclesiásticas como nas formas de liturgia. O que previamente era opcional, se tornou obrigatório.

Finalmente, não pode se ter dúvida que a opinião de Lutero foi, em certa extensão, moldada não em cima de um principio, mas pelos acontecimentos. O método era “solvitur ambulando”. Isto era definitivamente o caso na ordem pela qual suas reformas eram executadas. Sua pregação da Justificação pela fé exigiu para ele reformar o Cânon da Missa. Isto por sua vez levou os sacerdotes a serem separados para cada localidade e também para o costume onde cada sacerdote era permitido realizar uma missa a cada dia. O ataque na vida monástica fez com que muitos monges e freiras deixassem suas vidas solitárias, mas agora estavam desempregados.
Continua no próximo post. 

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