A
Reforma na Suiça com Ulrico Zuínglio.
Continuação
do post anterior.
Zuínglio
estabeleceu a primeira Igreja reformada suíça na cidade livre de
Zurique. Cura em Gláris, depois pregador em Einsiedeln, lendo o Novo
Testamento grego de Erasmo, ele, como Lutero, teve a certeza de que o
cerne do Evangelho é a boa nova da paternidade de Deus
misericordioso. A leitura das obras de Lutero confirmou sua fé
renovada. Ele a defendeu em 1523, em um grande debate perante o
bispo. O Grande Conselho de Zurique adotou o seu programa reformador:
liturgia na língua popular, substituição da missa pela pregação
da Palavra, supressão das estátuas, secularização dos conventos e
expropriação dos bens da Igreja.
Mas
uma questão da doutrina separava Lutero de Zuínglio: Cristo está
realmente presente no pão e no vinho da eucaristia? Sim, dizia
Lutero, embora não se saiba como. Assim a santa ceia transmite a
vida de Jesus e transmite a vida entre os fiéis. Não replicava
Zuínglio. Jesus não disse: “Isto é o meu corpo”, mas: “isto
é sinal de meu corpo”. A ceia somente lembra a última refeição
de Cristo.
Um
encontro em Malburg, em 1529, só permitiu constatar a divergência.
Se todos concordam que o cristão se alimenta espiritualmente do
corpo e o sangue de Cristo, divergem sobre “a presença do
verdadeiro corpo e sangue do Senhor no pão e no vinho da ceia”.
Apesar
dessas disputas, Zuínglio lembrou ao cristianismo uma exigência
sempre atual: a necessidade de ser o cristianismo vivido
politicamente. O reformador mostrou de modo especial no sermão “A
justiça divina e a justiça humana”, mas também em seus atos, que
é construindo uma cidade terrestre de justiça que o cristão vive
sua fé em Cristo e o amor de Deus pelos homens.
Essa
sociedade civil reformada se estendeu a Berna, ao Cantão de Vaud e a
Genebra, onde Calvino encontrou refugio. Mas a guerra contra os
Cantões católicos terminou com a morte trágica de Zuínglio em
Kappel, em 1531. A Confederação Helvética permaneceu dividida
religiosamente por três séculos.
Continua
no próximo post.
Nenhum comentário:
Postar um comentário