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A terceira grande
divergência é referente ao poder. Duas teses entraram em divergência: Uma,
tradicional, na Igreja do oriente, segundo a qual a ordem dos bispados na
hierarquia era determinada pela ordem civil das cidades das quais eram
titulares. O Concílio de Nicéia reconhecia, outrossim, a autoridade dos bispos
de Roma. O de Constantinopla reconhecia a autoridade do seu bispo. Portanto,
quando Constantinopla se tornou a capital do império seu bispo devia tornar-se
o chefe da cristandade.
Com paroxismos e tréguas,
esse conflito se prolongou até a conquista de Constantinopla pelos turcos em 1453. A Igreja Ortodoxa Grega recebeu, então,
a jurisdição sobre todos os cristãos de Império Turco, cujas fronteiras se
confundiam com as de Patriarcado de Constantinopla. Escapa-lhe somente a Rússia
que obtêm que Moscou seja erigida como Patriarcado independente. Seu chefe é o
Patriarca de Moscou. As noventa e três dioceses correspondem às Regiões
administrativas provinciais da Rússia.
Na Igreja Ortodoxa russa,
duas academias de teologia e três seminários asseguram a formação de um clero
cuja função é limitada estritamente ao culto. Os edifícios religiosos e até os
utensílios sagrados pertencem ao Estado que os empresta à pedido. Os recursos
financeiros são sujeitos ao controle do governo, além das doações dos fiéis e
da venda de pão bento e de velas. Depois dessa ocasião, a história das igrejas
ortodoxas, passou a seguir as independências nacionais. Assim se tornaram
independentes as igrejas da Sérvia, da Grécia, da Bulgária, de Chipre, de
Alexandria, de Antioquia, de Jerusalém, da Romênia e da Albânia.
O que caracteriza
religiosamente a tradição ortodoxa é a maneira de privilegiar três aspectos da
fé cristã: A Ressurreição, a Trindade e o Espírito Santo. A Páscoa é a maior
festa ortodoxa. É o dia em que os fiéis enchem as Igrejas, cantam hinos e se
saúdam alegremente, dizendo, em lugar de “Feliz Páscoa”: Jesus Cristo ressuscitou!. E respondem: - É verdade, Ele ressuscitou!.
È que, para os ortodoxos,
a Páscoa é verdadeiramente a passagem da morte para a vida. Não representa o
aniversário da reanimação de um corpo morto, mas o sinal da vitória de Cristo
sobre a morte. É também a certeza de vida eterna para todos os crentes. Com
Cristo e por Ele, o cristão participa da vida divina.
A Trindade é o centro da
fé cristã que a distingue de todas as outras religiões. Por isso é que o ícone
mais célebre da Igreja Ortodoxa representa os três hóspedes misteriosos de
Abraão. Também, os russos se persignam com três dedos. (Persignar é “fazer o
sinal da cruz”, isto é, fazer três cruzes com a mão, uma na testa, outra no
peito e outra na boca, dizendo: “Pelo
sinal da santa cruz, livrai-nos Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”).
O Deus triunitário dos
ortodoxos é a unidade viva que reina entre as pessoas do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Crer na Trindade é crer também na superação das divergências
por meio da comunhão do amor. A fé ortodoxa na Trindade é rejeição da
excomunhão. A Igreja é formada à imagem da Trindade, isto é, da comunhão de
amor de todos os crentes, formando um só corpo.
É pelo Espírito Santo que
sopra sobre eles, que os fiéis ortodoxos se tornam corpo de Cristo e portadores
do Espírito. Essa presença do Espírito torna-os testemunhas da verdade.
Separados de Roma, à
qual, quase nunca estiveram unidas, as Igrejas Ortodoxas realizam
periodicamente tentativas de aproximação com a igreja Católica. Juntamente com
algumas igrejas evangélicas, tenta-se uma reunificação do Cristianismo no
Conselho Mundial de Igrejas. Um dos caminhos para se chegar a essa unificação
do Cristianismo pode ser um maior conhecimento da igreja antiga é tentar
entender as razões que levaram às divisões e aos cismas.
Continua no próximo post.
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