O Raiar da Liberdade.
Continuação do post anterior
Os sofrimentos da igreja ortodoxa sob o
jugo muçulmano turco não se limitaram à perda de igrejas. O
"pesquesi" cobrado a cada eleição patriarcal continuou a crescer,
chegando a quantia de 4.600 peças de ouro; e trocas frequentes de Patriarca
significavam para a voracidade turca, pagamentos mais frequentes de
"pesquesi". Essas trocas forçadas tornaram-se tão numerosas que
durante um único período de oitenta anos (1620-1702), cinquenta patriarcas foram
trocados. Murad IV em 1638 fez afogarem o Patriarca Cirilo Lucas. Mohamed IV,
nos anos 1651 e 1657 respectivamente, mandou enforcar os Patriarcas Parthenius
II e Parthenius III.
Um tributo em dinheiro foi exigido na
indicação de cada Metropolita, tal como era em cada eleição Patriarcal, e a
vida de um bispo não estava mais segura. Enquanto isso, o "haratsi,"
ou imposto de capital, que cada cristão súdito tinha que pagar para não ser
degolado, também aumentava. O rapto de crianças crescia; não mais a cada quatro
anos, como no tempo do Conquistador, mas a cada ano as crianças eram coletadas,
e não abaixo de sete anos, mas abaixo de 15 anos. Existiam orgias e conversões
forçadas ao Islã às expensas dos súditos cristãos.
De acordo com Meletius Pegas, só no
Egito trinta mil cristãos tiveram suas línguas cortadas, para que os pais não
transmitissem a fé cristã a seus filhos e de acordo com Montealbani, que viajou
pela Albânia em 1625, não havia um só dos cristãos remanescentes que não
tivesse um parente transformado em muçulmano forçado. Em 1620, o número de
Cristãos na Albânia era de 350.000. Em 1650, eles se reduziram a 50.000.
As
Primeiras Luzes na Melhoria da Raça Subjugada. Começou a clarear para os súditos cristãos na Turquia, quando
Pedro o Grande (1682-1725), Imperador da Rússia, começou, a tomar sob sua
proteção aqueles cristãos. O direito de intervenção da Rússia em nome dos cristãos
na Turquia foi reconhecido em todos os eventos dos Poderes Europeus, que
confirmaram esse direito em 1774 pelo Tratado de Kainartzik.
Em 25 de março de 1821, o Arcebispo
Germanus levantou a bandeira da rebelião contra os muçulmanos turcos,
carregando o dístico de "Liberdade ou Morte," e toda Grécia do
continente, levantou-se para uma guerra desigual. O Sultão jurou vingança
contra os revolucionários. A primeira vítima de sua ira foi o Patriarca de
Constantinopla Gregório V, no dia de Páscoa de 1822, foi enforcado nos portões
do Patriarcado, e seu corpo morto, depois foi arrastado pelas ruas de e lançado
ao mar. Depois dele, os Metropolitas de Éfeso, Calcedônia, Derki, Salônica e
Adrianópolis, foram todos mortos de modo similar. Estevão Mavrogenes, foi
decapitado, e Nicolas Mourouzes, foi degolado. Não só em Constantinopla, mas em
Adrianópolis, Larissa, Chipre, Creta e também em outros lugares, o sangue de
muitos veneráveis bispos cristãos foi derramado, ás vezes até mesmo sobre o
Santo Altar. Mas após sete anos de guerra, a Grécia, conquistou sua
independência.
O estabelecimento de um reino da Grécia
independente pelo protocolo de Londres em 1830, e a simultânea proclamação da
semi-independência da Servia e Montenegro, foram seguidas em 1839 pela
publicação pelos turcos de um documento conhecido como "Hatti Serif,"
que deu garantia de vida, honra e propriedades de todo súdito turco,
independente de sua religião. Depois da terrível guerra da Criméia de 1854, a Turquia emitiu outra declaração, o
"Hatti Houmayoun," que proclamou completa igualdade religiosa e
civil, aboliu a taxação dos Patriarcas e bispos, removeu todas as restrições
sobre a construção de igrejas e escolas Cristãs, etc. Mas tudo isso foi uma
encenação para enganar os Poderes Ocidentais, pois eles nutriam um implacável
ódio contra todos os cristãos, e isso foi provado, pelos periódicos e metódicos
atentados para exterminar todos os seguidores do Evangelho, que se seguiram.
Entretanto, os povos cristãos ortodoxos
da Grécia, Servia, Romênia, Bulgária, Albânia e das Ilhas do Mediterrâneo, que
por séculos foram atormentados sob o jugo muçulmano turco, estão agora gozando
do grande dom da liberdade; e por isso, damos graças a Deus.
Continua no próximo post
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