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Foi durante o século
dezoito que a área sujeita à jurisdição do Patriarcado Ecumênico (de
Constantinopla) atingiu maiores extensões. Nessa época estavam dependentes dele
cerca de cem Metropolitas, Arcebispos e Bispos, que tinham assento na Trácia,
Macedônia, Epirus, Albânia, Grécia, as Ilhas Iônicas, Montenegro, Sérvia,
Bulgária, Moldavia e Walachia, Hungria e a região chamada de "Pequena
Rússia", a qual marcava o limite da autoridade do Patriarca.
Circunstâncias desesperadoras contribuíram
para a extensão da esfera de autoridade do Patriarca. Búlgaros, Sérvios,
Vlachos, Albaneses e outros povos estavam sendo esmagados pelos todo-poderosos mulçumanos
turcos, e necessitavam de proteção para que eles salvassem pelo menos a sua fé;
e o único refúgio que eles tinham era o Patriarcado Ecumênico. Assim, em 1766 e
1767, sob o Patriarca Samuel, o Arcebispo de Ipek e Ochrida, que eram naquele
tempo os centros eclesiásticos das igrejas na Sérvia e da Bulgária,
respectivamente, foram espontaneamente ao Patriarca Ecumênico, solicitando que
ele os tomasse sob sua autoridade.
Mas a independência
política da Grécia, Sérvia, Romênia, Bulgária e da Albânia, resultou na
emancipação desses países da autoridade eclesiástica do Patriarcado.
Consequentemente, as fronteiras desse Patriarcado, foram significativamente
reduzidas.
Sob o Sultão, esse
grande inimigo e açougueiro dos cristãos, havia atentados contra as liberdades
do Patriarcado alcançaram sua mais formidável dimensão. Patriarcas cheios de
dons como Joaquim III, Joaquim IV, e Dionísio V, conseguiram fazer frente à
onda de violência turca. Dionísio V proclamou estado de perseguição contra a
Igreja, e fechou todas as igrejas até que a “Porta” rendeu-se. Mas os turcos
nunca abandonaram a política de erradicar o cristianismo do seu Império, nem
sob os novos governadores turcos pseudo-constitucionais que o sucederam, até
que finalmente Kemal, encontrando a Europa cristã em estado de exaustão devido a
guerra mundial, tomou a vantagem da oportunidade para continuar a velha
política com uma ferocidade sem paralelo.
O Patriarca de Alexandria. Segundo em
hierarquia, depois do Patriarcado de Constantinopla vem o de Alexandria, que
foi muito ilustre durante os primeiros séculos do Cristianismo, mas declinou enormemente
depois das disputas monofisistas e a dominação do Islamismo. No começo do
século dezessete tinha somente três igrejas. Quase que a única ocupação de seu
Patriarca, era implorar ajuda financeira para contrapor o Patriarcado contra os
perigos gêmeos do Islamismo e da heresia; pois, quando ele tornou-se Patriarca
de Alexandria, "encontrou a igreja em grande desordem tanto interna quanto
externamente; as igrejas dilapidadas, os pobres angustiados e não visitados, o
trono profundamente endividado, os cristãos sem pastoreio e hesitantes em sua
fé, “as ovelhas pastando lado a lado com
cabras e lobos”, e os padres levando uma vida descuidada".
Felizmente, a partir
dos dias de Mehmet Ali Pasha (1806-1848) em diante, as condições começaram a
melhorar. Mercadores gregos começaram a migrar para o Egito, e vigorosas
comunidades cristãs gregas foram fundadas em Alexandria, Cairo, Porto Said,
Suez e outros lugares. Dias mais radiosos brilharam para essa Igreja,
especialmente depois que ela ficou sob o comando de Patriarcas como Sophrorius
(1870-1899), Photius (1900-1925), e Meletius Metaxakis (a partir de 1926), sob
os quais os débitos do Patriarcado foram liquidados, igrejas foram construídas,
escolas multiplicadas, organizações de caridade foram desenvolvidas, e vida
nova foi infundida na Ortodoxia na África. Hoje a sede do Patriarcado é
Alexandria, onde em torno do Patriarca reune-se seu Sínodo, composto de sete
Metropolitas. O Patriarcado abarca mais de oitenta igrejas, a maioria das quais
está no Egito, enquanto outras estão espalhadas pela Núbia, Abissínia, Tunísia
e Transvaal. Evidência concreta de sua abundante vitalidade são seus brilhantes
oradores, sua imprensa, seu seminário, seus orfanatos, escolas e outras
instituições filantrópicas.
Continua no Próximo
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