sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 12.




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Foi durante o século dezoito que a área sujeita à jurisdição do Patriarcado Ecumênico (de Constantinopla) atingiu maiores extensões. Nessa época estavam dependentes dele cerca de cem Metropolitas, Arcebispos e Bispos, que tinham assento na Trácia, Macedônia, Epirus, Albânia, Grécia, as Ilhas Iônicas, Montenegro, Sérvia, Bulgária, Moldavia e Walachia, Hungria e a região chamada de "Pequena Rússia", a qual marcava o limite da autoridade do Patriarca.
Circunstâncias desesperadoras contribuíram para a extensão da esfera de autoridade do Patriarca. Búlgaros, Sérvios, Vlachos, Albaneses e outros povos estavam sendo esmagados pelos todo-poderosos mulçumanos turcos, e necessitavam de proteção para que eles salvassem pelo menos a sua fé; e o único refúgio que eles tinham era o Patriarcado Ecumênico. Assim, em 1766 e 1767, sob o Patriarca Samuel, o Arcebispo de Ipek e Ochrida, que eram naquele tempo os centros eclesiásticos das igrejas na Sérvia e da Bulgária, respectivamente, foram espontaneamente ao Patriarca Ecumênico, solicitando que ele os tomasse sob sua autoridade.
Mas a independência política da Grécia, Sérvia, Romênia, Bulgária e da Albânia, resultou na emancipação desses países da autoridade eclesiástica do Patriarcado. Consequentemente, as fronteiras desse Patriarcado, foram significativamente reduzidas.
Sob o Sultão, esse grande inimigo e açougueiro dos cristãos, havia atentados contra as liberdades do Patriarcado alcançaram sua mais formidável dimensão. Patriarcas cheios de dons como Joaquim III, Joaquim IV, e Dionísio V, conseguiram fazer frente à onda de violência turca. Dionísio V proclamou estado de perseguição contra a Igreja, e fechou todas as igrejas até que a “Porta” rendeu-se. Mas os turcos nunca abandonaram a política de erradicar o cristianismo do seu Império, nem sob os novos governadores turcos pseudo-constitucionais que o sucederam, até que finalmente Kemal, encontrando a Europa cristã em estado de exaustão devido a guerra mundial, tomou a vantagem da oportunidade para continuar a velha política com uma ferocidade sem paralelo.
O Patriarca de Alexandria. Segundo em hierarquia, depois do Patriarcado de Constantinopla vem o de Alexandria, que foi muito ilustre durante os primeiros séculos do Cristianismo, mas declinou enormemente depois das disputas monofisistas e a dominação do Islamismo. No começo do século dezessete tinha somente três igrejas. Quase que a única ocupação de seu Patriarca, era implorar ajuda financeira para contrapor o Patriarcado contra os perigos gêmeos do Islamismo e da heresia; pois, quando ele tornou-se Patriarca de Alexandria, "encontrou a igreja em grande desordem tanto interna quanto externamente; as igrejas dilapidadas, os pobres angustiados e não visitados, o trono profundamente endividado, os cristãos sem pastoreio e hesitantes em sua fé, “as ovelhas pastando lado a lado com cabras e lobos”, e os padres levando uma vida descuidada".
Felizmente, a partir dos dias de Mehmet Ali Pasha (1806-1848) em diante, as condições começaram a melhorar. Mercadores gregos começaram a migrar para o Egito, e vigorosas comunidades cristãs gregas foram fundadas em Alexandria, Cairo, Porto Said, Suez e outros lugares. Dias mais radiosos brilharam para essa Igreja, especialmente depois que ela ficou sob o comando de Patriarcas como Sophrorius (1870-1899), Photius (1900-1925), e Meletius Metaxakis (a partir de 1926), sob os quais os débitos do Patriarcado foram liquidados, igrejas foram construídas, escolas multiplicadas, organizações de caridade foram desenvolvidas, e vida nova foi infundida na Ortodoxia na África. Hoje a sede do Patriarcado é Alexandria, onde em torno do Patriarca reune-se seu Sínodo, composto de sete Metropolitas. O Patriarcado abarca mais de oitenta igrejas, a maioria das quais está no Egito, enquanto outras estão espalhadas pela Núbia, Abissínia, Tunísia e Transvaal. Evidência concreta de sua abundante vitalidade são seus brilhantes oradores, sua imprensa, seu seminário, seus orfanatos, escolas e outras instituições filantrópicas.
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