sábado, 30 de novembro de 2013

Os Grandes Cismas do Cristianismo - 13.

Continuação do post anterior.
Patriarcado de Chipre e da Rússia.
A Igreja de Chipre, como os quatro mais antigos Patriarcados, pode também proclamar sua grande antiguidade. Fundada no ano 45 pelos Apóstolos Paulo e Barnabé, ela garantiu o privilégio de autonomia no Terceiro Concílio Ecumênico, que proibiu o Arcebispo de Antioquia de interferir nos assuntos de Chipre. Infelizmente, em 1191, Ricardo Coração de Leão tomou posse da Ilha e vendeu-a para os Cavaleiros do Templo; e daí para frente os infelizes cipriotas, sob o jugo dos fanáticos Católico-Romanos Lusitanos, passaram por todo tipo de sofrimento pela manutenção de sua liberdade nacional e religiosa.
Não só os invasores templários transformaram a maioria deles em servos, como além disso o Papa impôs a eles um Arcebispo Romano, a quem os bispos Ortodoxos eram obrigados a jurar o compromisso de lealdade. Em 1231, na presença do português Pelágio, o representante do Papa Honório III, os Treze Santos Padres foram martirizados tendo sido condenados como heréticos por não aceitar as inovações da Igreja Romana. Eles foram primeiro amarrados a rabos de cavalos e arrastados sobre pedras e a seguir queimados junto com os animais, de modo a tornar impossível a coleta de seus ossos.
A ocupação veneziana da Ilha em 1489 foi simplesmente a substituição da velha tirania por uma nova; e a única faceta redentora da conquista turca que se seguiu em 1571 foi que ela jogou para fora da Ilha todos os intrusos romanos. O coroamento da ferocidade turca foi o estrangulamento em Nicósia do Arcebispo de Chipre, Cipriano, dos Metropolitas de Paphos, Kition e Kyrenia, e de outros cipriotas notáveis, pelo governador turco Kuchuk Mechmet, durante o primeiro ano da Revolução Grega (1821). Em 1878, Chipre foi tomada pela Grã-Bretanha, de onde havia vindo o seu primeiro conquistador, Ricardo Coração de Leão.
Outras Igrejas Ortodoxas.
A Igreja Ortodoxa Oriental e Apostólica que engloba um total de duzentos e cinqüenta milhões de almas no mundo de hoje, não é representada somente pelos quatro mais antigos Patriarcados e pela Igreja Grega Ortodoxa de Chipre. Ela é também representada por várias igrejas locais e independentes, nomeadamente, as Igrejas da Rússia, Grécia, Sérvia, Romênia, Bulgária, Síria, Polônia e Geórgia, junto com as Igrejas autônomas da Finlândia, Checoslováquia, Estônia e América; e as Igrejas da Diáspora na Europa. Nem devemos nos esquecer dos Ortodoxos Gregos da Dodekanesia e da Albânia. É impossível no presente trabalho, tratar da história de todas essas igrejas. Alguma coisa, no entanto, deve ser dita sobre as cinco importantes dentre elas.
A Igreja da Rússia nos Tempos Modernos - A Igreja da Rússia sempre subordinou-se ao Patriarca de Constantinopla, de quem ela recebeu o Cristianismo em 1229. Em 1588 o Patriarca de Constantinopla, Jeremias II, proclamou essa filha crescida de sua Igreja, independente, e reconheceu o Metropolita de Moscou como o quinto Patriarca da Igreja do Oriente. Com Catarina II os Tsares que a sucederam, a Igreja Russa gozou da posse de quatro Academias Teológicas muito importantes e de numerosos seminários e conseguiu cumprir suas obrigações para com seus membros, como também sustentar florescentes missões entre os israelitas, tártaros e japoneses. Infelizmente, desde a primeira guerra mundial, todas essas promissoras esperanças foram cortadas pelos bolchevistas, que depois de derrubar o Trono Tsarista, pensam que são capazes de derrubar o Trono de Deus. O ateísmo passou a ser o culto oficial da Rússia Soviética. Cristãos são perseguidos. Igrejas construídas magnificamente foram transformadas em clubes, salas de música, cinemas e teatros. Ícones de inimitável beleza, pintados por Publioff ou Stroganoff, que viveram nos séculos quinze e dezessete respectivamente, foram vendidos para o exterior ou publicamente queimados nas praças. Aqueles que permaneceram devotos, e que ainda estão ligados aos modos de vida de seus pais, foram para o exílio, enquanto muitos outros ou foram mortos ou estão desfalecendo nas prisões. Somente nos anos de 1918 a 1920 vinte e seis bispos e seis mil, setecentos e cinqüenta padres foram martirizados pelos bolchevistas. "Religião e Comunismo" — diz Bukharim — "conflitam um com o outro tanto em teoria como na prática... guerra até a morte contra qualquer forma de religião!
Alexis II, foi o homem que restaurou a influência da Igreja Ortodoxa russa após a queda do regime comunista. O patriarca Alexis, contribuiu para a reunificação histórica da sua Igreja com a ortodoxia russa no estrangeiro em Maio de 2007, pondo fim a 80 anos de um cisma que datava desde a revolução bolchevique de 1917. Eleito em 1990 para o cargo, pediu desde o início ao Governo que reintroduzisse o ensino da religião nas escolas. Alexis II, falecido recentemente, era uma pessoa conciliadora e disciplinada, tendo reabilitado vários santos e mártires perseguidos pelo regime comunista. Depois da queda do comunismo, em 1989, o Patriarcado russo – que lidera a maior Igreja Ortodoxa, em número de fiéis – apareceu sempre a querer afirmar-se como o mais importante dentro da ortodoxia.
Continua no próximo post.

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